segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gente cara de pau

É mesmo foda. Eu não sei definir se é cara de pau ou folgado mesmo. Pode ser também que seja preguiça, o que me deixa mais p*** ainda. Sei que aconteceu o seguinte comigo. Primeiro eu estava dando aula de Francês Instrumental na UnB pq NINGUÉM queria dar o curso. Muito trampo, muitas turmas, não tem material e talz.

Eu topei a parada pq sou meio louca mesmo. Me matei de trabalhar feito um burro de carga e consegui montar uma apostila. Recebi uns conselhos valiosos das colegas do francês, mas ninguém fez nada pra mim. Até dei uma olhada no material preparado por uma colega, mas só queria mesmo ter noção de como eram estruturados os exercícios. Pois bem. No meu primeiro semestre como professora, comi o pão que o diabo amassou. Arrumei uma monitora que não valia nada e quase sumiu com os trabalhos dos alunos. Depois peguei uma porção de alunos picaretas tentando colar e se sentindo os donos da verdade. Aprendi muito na prática como estruturar um curso, e finalmente, a não dar mais tarefas do que vc pode corrigir. Eu não aprendi a ser picareta pq sempre detestei esses professores quando era aluna.

Pois bem, muito tempo depois, recebi um e-mail de uma colega pedindo um auxílio sobre como montar uma prova de francês instrumental. Ela não deixou muito claro no e-mail, mas disse que tinha recebido uma proposta para trabalhar com francês instrumental e queria umas dicas. Eu enviei o link da minha pasta com o material e dei umas explicações por e-mail, me colocando a disposição para tirar qualquer dúvida. Não tinha porque não fazer isso, afinal, conhecia a pessoa (não muito bem), e meu material foi montado, na maior parte, com textos livres de jornais e sites da internet. De qualquer modo, era algo que qualquer um poderia fazer desde que tivesse tempo, conhecimento e paciência pra isso.

Pouco tempo depois eu encontrei a colega que veio me agradecer a ajuda. Nessa ocasião ela me explicou o motivo do e-mail: montar a prova da seleção do mestrado da sociologia (ou ciências socias, não me lembro). Ai eu não sei, me deu um sentimento de otarice da minha parte. Não sei se me enganei, mas achava que o mais correto seria ela ter passado pro pessoal o meu contato, já que não entendia nada de francês intrumental. Para dar aula eu até tava de boa, afinal não tem ninguém além de mim e uma outra professora com algum entendimento do assunto na cidade. Mas enfim, pensei que estava sendo invejosa e deixei pra lá. Afinal, ela tinha os contatos, eu não.

O problema, que fez esse sentimento voltar, foi outro e-mail dela que recebi. Era sobre um curso de capacitação que uma instituição de renome de Brasília ia dar aos professores e ela queria oferecer o meu material. Eu fiquei um pouco desconfiada então respondi que não me importaria, desde que a responsável pelo curso entrasse em contato comigo pessoalmente para criar um vínculo formal. Afinal, meu material estava ajudando seleções de mestrado, cursos de formação e eu não estava ganhando nenhum crédito por isso. Adivinhem o que aconteceu? Nada. Nenhuma mensagem de resposta. Fico até com medo de ter sido ignorada. Por via das dúvidas, eu bloqueei o acesso a pasta, mas pode ter sido tarde demais. Sabe, eu não me importava em emprestar, mas pelo que percebi, não queriam fazer como eu fiz, montar o meu próprio material a partir de idéias de outros materias. Queriam apenas usar, copiar, e sabe-se lá, levar crédito por isso. Sabe o que me deixa mais p*** ainda? Eu nem tinha arrumado ele do jeito que queria. Era meu trabalho pra depois do mestrado. Tbm nem achava que ele tava bom. Talvez tenha sido isso que me fez prostituir o coitado.

Bom, depois dessa ainda aconteceu outra coisa com outra colega, mas prefiro nem comentar. Se essa foi ruim a outra nem se fala.