domingo, 25 de julho de 2010

Metendo os pés pelas mãos

Sabe aquele comentário que vc faz achando que vai ser entendido e é interpretado justamente do jeito que vc não pensou? E quando vc tenta consertar a conversa toma rumos inesperados e no final vc nem sabe mais do que está falando, mas sabe que disse besteira e tem alguém puto com vc e com razão? Bom, aconteceu comigo ontem e eu acho que vou tentar me retratar aqui no blog.

Eu tenho duas primas que fizeram uma penca de cursinhos e outra penca de vestibulares e nada. Até o dia que não aguentaram mais e entraram numa particular. Só que eu e a minha boca grande em vez de falar que era um absurdo a UnB ter tanta pouca vaga e o governo investir tão pouco em educação e etc primeiro resolvi falar que era um problema o governo estar sucateando o ensino em geral e deixando o desenvolvimento do país na mão das universidades particulares. Claro que eu fui mal interpretada. Não soube dizer o que queria. Existem universidades particulares muito boas, que é o caso dessa que as minhas primas vão estudar e onde a minha irmã estuda e existem outras muito ruins. Eu não me importaria de termos universidades particulares desde que o governo fiscalizasse direito. Mas, apesar isso, pra mim, sempre vai ter um problema. A maioria das universidades visam o lucro, o que faz com que a área de pesquisa seja prejudicada. A tecnologia de base, muito importante para o desenvolvimento do país, demora a dar lucro e portanto, não é muito privilegiada por essas universidades. Pesquisas sociais são feitas, mas já nesse caso eu não posso falar pois não tenho conhecimento se são boas ou não.

Bom, eu sei que as minha primas não escolheram nenhum curso que produza esse tipo de conhecimento. São relativamente muito simples pois depende mais da qualidade do corpo docente e isso eles tem. Eu espero que elas gostem e se dediquem, pois me parece que foram muito esforçadas em tentar uma federal, mas não tiveram sucesso. Eu não desmereço a conquista delas, mas sei que em alguns casos podem sofrer um pouco, e espero que estejam preparadas. Por exemplo, na questão da autonomia. Em geral, as universidades particulares, quanto ao quesito autonomia dos alunos e dedicação, são uma extensão do segundo grau. Se seus alunos não se conscientizam sozinhos, não terão ajuda da universidade nesse sentido. Qual o problema disso? Bom, dependendo do curso e da cidade, profissionais de universidades públicas são mais valorizados no mercado. Não quer dizer que são melhores, mas sabemos que muitas vezes aqueles que vieram de particulares, se não mostrarem dedicação, aperfeiçoamento e não tiverem um bom currículo, um plus, serão prejudicados. Só que aí está o problema. Se a universidade não impõe essa conduta, muitas vezes o aluno que não trabalha e faz particular e acaba não sendo tão exigido na sua autonomia, não adquire essa consciência. Não enxerga que não pode fazer apenas sua obrigação de tirar boas notas pois o concorrente que tiver feito isso numa pública vai se dar melhor do que ele. Não acho que isso é justo ou não. Tenho muitas outras opiniões a esse respeito, mas que isso acontece, é verdade. Eu já trabalhei em lugares onde os patrões diziam "não contrato gente de particular".

Bom, era isso que eu queria dizer, que disse pra minha irmã, e que acabei sem dizer às minhas primas. Mesmo que a universidade e o curso sejam bons, dediquem-se. Não arrisquem ficar pra trás só porque vcs tem consciência que o curso é bom. Afinal, vcs não se contratarão no futuro. E, é claro, parabéns, e boa sorte!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vamos andar de ônibus \o/

Bom, acho que todo mundo sabe o quanto gosto de reclamar do transporte público. Mas isso sempre visando uma melhora. Ando muito de ônibus, mesmo tendo uma moto. Quando o lugar é ruim de estacionar ou o trânsito muito pesado, lá estou eu no busão. Eu não aguento esse povo que vai na tv reclamar da lei "álcool zero" dizendo que não é viável andar de táxi em Brasília. Ninguém cogita pegar um ônibus e evitar as multas. O trânsito tem muitos outros problemas e para ilustrar um pouco, recebi um vídeo que achei bem legal e resolvi compartilhar com vcs. Só tirem o volume e leiam a legenda pq o áudio não está bom.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem assunto

... zzzzzzzzzz

É, tá difícil. Não aguento mais colocar minhas divagações filosóficas no blog, até pq deu pra perceber que de filosofia não entendo nada. Quanto mais leio, menos entendo. Detesto ler esses livros que se vc não tiver lido todos os que o cara cita não entende do que ele tá falando. Too late pra recuperar o tempo perdido...

Pra melhorar a minha vida, ainda fico doente. Tão doente, que até um atestado eu ganhei. Algo que não recebo há anos. Doente de tanto pensar? Hum... acho que vou assistir TV. Como diz aquela tirinha da Mafalda, só pensamos na frente da TV com ela desligada.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

42?

Proponho aos filósofos as mesmas questões que são postas a mim: O que é a filosofia? Pra que serve? Sinto uma imensa dificuldade em compreende-la pois, pra mim, seus objetos acabam sendo por demais metafísicos. "A vida o universo e tudo o mais". Inclusive esse livro, O guia do mochileiro das galáxias, me parece uma critica mordaz e hilária de toda problemática filosófica. Primeiro se faz a pergunda, depois cria-se uma máquina para responde-la (o "método"), e quando a resposta surge não parece fazer sentido, pois a pergunta não é mais lembrada ou é posta em dúvida pois a resposta parece absurda.

Esbarro constantemente no conceito de fenomenologia. Diz-se que é a tentativa de colocar a filosofia dentro do rigor metodológico da ciência. Disponho aqui no blog a definição mais engraçada do filósofo mais impaciente que conheço, André Comte-Sponville, para quem a fenomenologia é:
"O estudo dos fenômenos, em outras palavras, do que aparece à consciência - e, bons deuses, que mais poderíamos estudar? A fenomenologia nada mais seria, então, que um pleonasmo para pensamento? Não exatamente. Tratava-se, ao descrever o que aparece à consciência (os fenômenos), de descobrir, como dizia Sartre, "algo de sólido, algo enfim que não fosse o espírito". Descrever a consciência portanto, ou o que aparece a ela, para dela sair [já que "toda consciência é consciente de alguma coisa" (...)]. Chamavam a isso: volta às coisas mesmas. Isso, contudo, nos ensinou mais sobre nós mesmos do que sobre o mundo. A fenomenologia, escreve seriamente Merleau-Ponty, é "um inventário da consciência como meio do universo". Assim, é praticamente o universo da física, sem no entanto ser uma metafísica nem uma moral. É apenas um começo do pensamento, mas que se esgotaria na repetição - mais ou menos incansável e cansativa - do seu primeiro passo. Restam dela algumas obras-primas absolutas, e também muitos dos livros mais maçantes que conheço."

Na minha concepção, aquilo que mais se aproximaria de uma fenomenologia pura seria a técnica do Dali para pintar sem fazer uso de drogas, ou seja, a primeira coisa q vem à sua cabeça. O que faço eu se não acredito em espírito, metafísica, fenomenologia? Tenho um objeto claro, que está-aqui na minha mão. Céus! Porque o materialismo se foi? Se o consciente se aproximaria do rigor científico o que posso dizer das pessoas que sofrem disturbios? Elas inviabilizariam toda a crença no cosciente como algo verdadeiro? Seria a fenomenologia um estudo a priori? Porque não se relaciona com a posteriori?

Será que é por isso que meu amigo filósofo não consegue pegar o metrô?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Enxaqueca

Uma vez eu vi na tv uma exposição em NY só com obras de artista que sofriam de enxaqueca feitas durante as crises. Eram quadros realmente perturbados. Traços tortuosos, cores escuras. Dava pra ter a noção da dor que sentia o pintor. Bom, tem idéia quem sofre de enxaqueca, como eu.

Pensei em fazer a mesma coisa com o blog, escrever durante uma crise. Estou tendo muitas essa semana. Mas não dá. Posso escrever quando a dor é uma simples dor de cabeça, mas quando vira enxaqueca é impossível fazer qualquer coisa. A luz incomoda, o barulho, movimentos bruscos reverberam no crânio... É um martírio. Sabe o que é pior ainda? A cara dos outros quando vc diz que não tem condições de trabalhar por conta das dores. Tem muita gente que não acredita na intensidade da dor e acha que é frescura. Ah, não gosto de desejar o mal a ninguém, mas nessas horas eu bem que queria ver esse descrente com uma baita "migraine". Melhor ainda, tomar o remédio e descobrir que ele te deixa sonolento, isso se não fizer vc dormir.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Preguiça ou desânimo?

É tudo a mesma coisa ou são coisas diferentes? Eu pensei em escrever aqui o que eu achava do caso Bruno, Mércia, da cabeleireira que eu esqueci o nome pq só passou uma vez na tv, do caso da menina estuprada pelo playba do filho do dono da TV Globo no Sul... Mas muitas coisas me impediram.

Bom, primeiro que a imprensa mostra, julga e condena em uma semana qualquer que seja, vítima ou condenado. Depois que o sua sentença está posta ela parte para os detalhes sórdidos. Quase um "chá com o legista", achando muito natural todas as escabrosidades cometidas por psicopatas. Sabe como é, os canais que não passam CSI arrumam rapidinho uma versão nacional com toques de veracidade. Depois desse show de horrores, eu sempre fico de cara com a incapacidade da mídia brasileira em discutir algo realmente sério em todas essas questões: porque essas mulheres foram mortas? Um amigo meu policial enxergaria claramente uma diferença entre esses crimes: um teria sido motivado por ciúmes e o outro por dinheiro. No primeiro ele enxergaria claramente uma razão sexista, mas preferiria achar que é normal, pois mulheres também matam seus parceiros por ciúmes. Seria então um problema psicológico dos autores. No segundo, nada de sexismo, afinal, era um cara que não queria pagar pensão para a mãe do filho acreditando que ela era uma vagabunda.

Aí vem a preguiça, ou melhor dizendo, o desânimo. Explicar isso é difícil pois leva tempo e muitos ouvintes acham que a gente fica batendo na mesma tecla achando que a causa de todos os problemas do mundo é um tal de sexismo. Eu concordo que muitos parceiros matam seus conjuges por ciúmes independente do sexo, mas eu tenho certeza, e isso sem olhar as estatísticas, que a maior parte das vítimas é mulher. E não digo só que no caso da advogada o único motivador foi ciúmes. Foi ódio, raiva, indignação. O ex ficou furioso em saber que a ex não precisava dele para nada, nem financeira nem emocionalmente. Ela não dependia dele e ele não tinha poder sobre ela. Não tendo poder sobre ela ele não a controla e isso fere sua masculinidade. Todo mundo sabe dos ditos populares e etc que espera-se que o homem mande na mulher? No caso do Bruno, parece que tem essa questão e uma outra: a da mulher pública x a mulher privada. O homem, se eu puder situar diria que mais depois do período vitoriano, tem bem dividido em sua mente a imagem da esposa casta e mãe de seus filhos (que se casou virgem com ele) e a outra da mulher sedutora e sexual que se afastaria totalmente da maternidade e do status de esposa. Ou seja, uma serve para cuidar da casa, ter filhos e cuidar deles e a satisfação sexual dela não é tema importante. Basta que reproduza e eduque a prole. A outra é a satisfação do impulso, da libido. O dinheiro nesse caso serve para o homem exercer o poder sobre ela, já que seu sexo não é dele e sim dela.

A Elisa provavelmente se encaixava no segundo tipo, mas nem sei dizer se recebia pra isso ou se somente gostava do que fazia. Mas ela quebrou o paradigma de mulher sexual se tornou mulher-mãe. Como? O goleiro deve ter pensado "quem é essa mulher pra me pedir qualquer coisa?". Certamente porque fêz com ela coisas que nunca pensou que uma "mulher direita" faria. Já que para ele a amante não tinha moral nenhuma para exigir nada, ele se julgava muito poderoso em relação a ela. Tanto que deu no que deu. Qual seria outro motivo? Porque um dos jogadores mais bem pagos do Flamengo se enfureceria em ter que pagar uma pensão merreca em comparação ao seu soldo para um filho que era legítimo?

No final, eu concluo sentindo pena por essas mulheres que confiaram nos homens que em certo ponto amaram e que por eles encontraram a morte. Sinto pena dessas mulheres ingênuas que não colocaram advogados entre elas e seus ex. Sinto pena das mulheres que acreditam que depender de um homem ainda é a forma mais fácil de ganhar a vida. Sinto pena das que ainda praticam o golpe da barriga. E acima de tudo, sinto pena daqueles que acham que isso tudo não existe, pois talvez esses não até sejam, mas certamente acobertam muitos outros que o são.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Teoria ou aporia?

Esse semestre estou encarando os meus medos mais profundos, freudianos e recalcados: filosofia e história (e Paul Ricoeur). (Fazendo um breve parênteses, eu fiz um PIBIC uns anos atrás sobre hermenêutica ricoeuriana que quase me afastou pra sempre da vida acadêmica. Claro que tinha todo um contexto por trás que comprometeu o meu entendimento, mas não deixou de ser pra mim uma experiência traumática.)Em meio a leituras que eu considero pesadas, como Platão, Lacan, Geertz e o já citado Ricoeur, encontrei outras tantas consistentes e flúidas que me fizeram chegar a questão que vou expor aqui no blog por falta de oportunidade de discutir com meus convivas.

Os grandes temas teóricos da atualidade giram em torno de palavras. Palavras que induzem à ideias complexas, ou melhor dizendo, conceitos. Preconceito, representação, pós-modernidade, globalização entre outras. Em meio a discussão desses termos permeia a idéia de verdade através de um método para às ciências humanas. Dois conceitos para mim difíceis de se compreender. Primeiro de onde vem a idéia de "ciência" humana? E depois, como classificar um método para elas sem limitá-las? Só ao tentar descrever um método para análise do meu corpus, cheguei a conclusão de que faria outra tese.

Talvez eu ainda não tenha internalizado bem todo aporte teórico no qual estou tentando me aportar. Mas sinto de leve um calafrio ao ler cada livro que me é passado. Todos eles esboçam conceitos em seus títulos "Memória Coletiva", "Memória, História e Esquecimento", "Memória e História"... Conceitos que mergulham num profundo oceano epistemológico. Tão profundo esse oceano que parecem afundar nele. Temos dificuldade em sair da epistemologia de tal forma que as maiores preocupações de muitos teóricos tem sido "descarregar" termos carregados no lugar de resolver o problema com uma simples nota de pé de página e prosseguir com o raciocínio.

Sociedade, Cultura, Literatura, pode-se escrever mais páginas do que todas já escritas só com a energia gasta por muitos pensando nesses problemas. As conclusões? São, a meu ver, muito parecidas. Primeiro que ninquém concluí nada. O medo de concluir vem do medo de excluir algo. Esse medo é por sua vez acrescido de outro, o de cair no relativismo. Esses dois medos juntos podem produzir um terceiro ou esse pode vir antes dos outros dois anteiormente falados: o medo de repetir algo já dito. O que acontece então? Nós lemos, lemos, lemos e lemos e antes de tudo que escrevemos damos definições de pelo menos um parágrafo pra cada, esforçamo-nos para colocar os termos mais modernos e fazermos uma conclusão que quase sempre beira o relativismo, mas acaba se esforçando para disfarçar que toda questão não era nada além de epistemológica. Estaremos nós então imersos numa imensa aporia?

domingo, 4 de julho de 2010

Se não adianta chutar cachorro morto...

...é melhor nem falar mal do Faustão. O cara que já comandou um programa irreverente onde se podia proferir alguma opinião e que hoje é uma marionete das idéias vazias da Rede Globo, que ficou no cargo por pena e não por mérito, se julga em posição de falar mal do Dunga. É como trocar 6 por meia dúzia. Eu acho que seria melhor ele ter falado mal apenas do Ricardo Teixeira, que esse sim, enfiou os pés pelas mãos.

Mas enfim, estamos eliminados, a Copa segue e a vida continua. Por isso q eu não entendo o afã do povo pelo futebol. O negócio tá igual a política brasileira. É só ver os mais cotados para o cargo recém vago.