segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ano novo, vida nova!

Apesar do clichê, essa frase vai significar muito pra mim. A partir de janeiro de 2011 muita coisa irá mudar na minha vida. Não sei, por exemplo, se o perfil do Blog continuará o mesmo. Acho que sempre colocarei alguma coisa sobre política ou religião, mas agora será mais a título de comparação mesmo.

Eu gostaria muito de explicar o que vai acontecer 100% na minha vida, mas nem eu mesmo sei ao certo. Sei que vou me mudar e dia 10 de janeiro vou devolver o apê que moro desde setembro de 2008, depois defenderei minha dissertação e se der tudo certo, serei mestre, finalmente. Vou morar uns dois meses na casa dos meus sogros até ir rumo ao desconhecido gelado. Espero que não role nenhum ciúme da parte de madrecita, afinal, ninguém merece pegar ônibus na Octogonal e ainda tenho muitas coisas para resolver antes de partir. Tenho algumas idéias do que fazer quando estiver por lá, mas nada de certo. Quero fazer milhões de cursos, mas não sei se terei grana pra tudo.

Bom, sei que uma mudança tão grande na vida da gente nos faz pensar em outras coisas que não se ligam diretamente a ela, mas que a tocam de alguma maneira. Uma coisa besta como decidir o que levar, nos faz colocar na balança o que é ou não importante na nossa vida. Meus livros vão ficar, minhas ferramentas de artesã (amadora), meus vestidos, meus sapatos. Coisas que pareciam tão importante não vão servir para nada nesse ano em que serei vizinha do Papai Noel.

Outra coisa que não me preocupa é quem vai me visitar. Cheguei a pensar que enlouqueceria um ano longe dos meus amigos ou da minha família, mas sei que não vamos perder o contato, pois o blog continua, o skype, o e-mail... Tenho tantos amigos do coração que eu vejo uma vez por ano e olhe lá. Tenho outros que moram longe, mas que vejo até bastante... Tem muita gente que ficou bem mais próxima esse ano e que também está encarando o exílio. Espero que tenhamos sorte e que possamos trocar figurinhas e rir muito dos hábitos e costumes diferentes que irão nos fazer passar muita vergonha (no bom sentido) fora daqui.

Espero que 2011 seja ainda mais interessante do que 2010. Eu sempre preferi anos ímpares, mas essa não é mais uma regra infalível. Sinto um friozinho na barriga. Acho que vou passar outra vez por aquela velha indecisão "O que farei da minha vida?". Essa pergunta fica para ser respondida em 2012, mas tem sua resposta elaborada desde já, sem pressão, afinal, sei que muita coisa pode mudar até lá.

Caso não volte por aqui por um bom tempo, desejo a todxs muitas felicidades, festas, alegrias e desejos realizados.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Direita ou esquerda

Eu semrpe tive dificuldade para entender esses conceitos. Direita e esquerda, a princípio, são apenas direções, mas na política, são posições. Em tese o pensamento de cada uma é bem diferente e característico. Mesmo conhecendo as diferenças entre eles sempre me vem a cabeça uma frase "Não tem nada mais liberal que um democrata no poder". Ou algo assim. É o mesmo que dizer que ao entrar no poder, não importa o lado, as posturas são as mesmas. É claro que não podemos afirmar isso porque senão não faria diferença e ninguém precisaria votar porque no final estaria tudo igual.

Mas então me deparo com outro pensamento: Qual a diferença entre dois lados que disputam uma guerra? Tem gente que acha que um está certo e outro está errado. Isso se resumiria em afirmar que quem ganha está certo e quem perde está errado. Na prática, ao meu ver, é nisso que se resume uma guerra. Se o perderdor tivesse ganhado ele estaria no poder e certo. Mas o que isso tem a ver com a política? Bom, normalmente quem governa acha que está certo porque ganhou as eleições. Felizmente, na política, diferentemente das guerras, os governantes devem pensar na população como um todo, pois governa para todos e é pago por todos, até mesmo por aqueles que não votaram nele. Entretanto, acho que uma das razões para isso pode ser o fato da política ter evoluído ao ponto do governante não saber quem votou ou não nele, pois caso contrário, poderia eliminá-los ou boicotá-los se quizesse. Assim também, pode-se conviver com as diferenças. Claro que a política não é tão simples ou simplória. Existem outras questões envolvidas e muitas outras formas de se pensar a política, afinal, a diferença de visões e interesses acaba justificando a própria existência da política.

O que me faz pensar nesses ditados é que muitas vezes, não importando o lado, as pessoas esquecem de ver os defeitos de suas propostas e acham, acreditam que seu modo de pensar é o certo e que a crítica é algo pessoal. Desse modo, tanto a direita quanto a esqueda andam em círculos e ninguém avança, pois não se sai do lugar. Por isso, nesses termos, eu não sou nem de direita ou de esquerda, primeiro que não gosto de me prender a pacotes imutáveis, depois não acredito numa proposta perfeita, além disso, se admitir ter mais idéias em comum com um lado do que com outro automaticamente os bitolados passarão a julgar todas as minhas opiniões com base no rótulo assumido por esse ou aquele lado.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Boicotando o meu futuro carro

Hoje eu acordei cedo. Estou usando as minhas "férias" para organizar a mudança e a viagem. Por isso fiz uma listinha de coisas a fazer. Ontem eu fiz duas coisas da lista que duraram a manhã toda. Hoje eu saí cedo de casa para ir a cede do meu plano de saúde. Descobri q to lascada. Eles não suspendem o plano, então eu tenho q suspender e encarar a carência qnd voltar ou pago para tem um plano aqui e outro lá, sendo q eu estarei lá. Mas enfim, depois de ir lá eu fui ao supermercado, voltei à pé pra casa.

Fiz mais uma série de coisas e no final do dia fui ao aniversário de um amigo meu q por sorte foi bem aqui na minha quadra. Quando sentei na mesa me bateu um sono monumental. Depois de um certo tempo eu me toquei que fiquei cansada pq fiz uma penca de coisas. Daí eu parei pra pensar q se tivesse carro teria feito quase tudo em um dia. Mas depois me toquei que se tivesse carro teria o dobro de coisas para fazer e sentiria talvez o mesmo desgaste que sinto normalmente com a desvantagem de trocar as caminhadas pelos engarrafamentos.

Por isso eu decidi que vou evitar o carro até pegar o hábito de fazer exercícios.

PS: Eu acho q meus posts estão meio desconexos, mas eu tô de férias, época pra relaxar. Relaxe vc tbm e leia tranquilx!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre boicotes, boates e afins

Tirando um pouco as teias de aranha daqui quero colocar um pensamento. NÃO UMA MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DA VERDADE. O que vou colocar aqui não se baseia em dados, pesquisas... É apenas um ponto de vista entre tantos outros que existem e que são igualmente válidos, mas que apenas não estão aqui porque não me pertencem. Achei que deveria colocar aqui assim como colocam advertências antes de filmes de animação como "Nenhum animal foi usado durante as filmagens" e talz.

Bom, outro dia uma amiga nossa fez uma despedida numa boate do primo e um conhecido nosso. Ela fez lá porque teoriacamente eles iriam fazer o melhor preço na cerva do que qq outra boate aqui de Brasília e ainda ela poderia colocar dois amigos Djs para tocarem no ambiente. Parecia um ótimo negócio, tanto que eu e o maridon nem nos preocupamos com o preço do álcool e tomamos umas 3 cada. Isso ñ é muito, mas nós não conseguimos beber mais do que 2 normalmente.

Claro que fomos à boate principalmente para prestigiar a nossa amiga, mas o preço colaborou para a nossa permanência lá. Enfin, na hora de pagar, minhas estimativas passaram muito longe, mas como não sei fazer conta, paguei pq achei q tinha errado. Quando nossa carona começou a demorar mais do que o normal, fomos ver o q estava acontecendo. Ao chegar no balcão, onde ela estava, ouvimos reclamar que de 5 e pouco a cerva foi para 7 e pouco. Ao ouvir isso eu peguei a conta para conferir. O mesmo erro aconteceu comigo. Resolvi reclamar. A moça do caixa deve ter achado que eu era imbecil ou estava totalmente bêbada pq me disse q esse era mesmo o preço. Eu discuti com ela dizendo q no bar o preço q o garçon nos deu era outro. Vcs acreditam que a mulher teve a cara de pau de dizer que o garçom deu o preço errado, sendo que o preço do garçon estava escrito no cardápio? Pois bem, ao ouvir isso a mulher repetiu a mesma frase anterior. Nessa hora eu percebi que ñ adiantaria reclamar, peguei minhas coisas e fui embora. Fui para nunca mais voltar.

Onde quero chegar com isso é que ñ ia adiantar fazer um escândalo pois poderia acabar estragando despedida da minha amiga, mas como o pessoal do lugar não fez nada para me fazer justiça, eu decidi nunca mais voltar. Dizem que os boicotes não funcionam, pois bem, minha política costuma ser, só ir onde eu sou bem tratada. Nesse caso, costuma funcionar o boicote porque quem anda comigo não vai onde eu sou destratada pq na hora de combinar eu acabo dizendo e em tal lugar eu não vou pq já fui roubada e etc. E se os estabelecimentos de Brasília não ficarem ligados vão começar a perder bastante, pois eu estou pensando em fazer uma lista negra e ainda colocar nos sites guias da cidade os episódios constrangedores pelos quais já passei em cada um deles. Pelo menos assim, quem usar a internet pode evitar certos problemas que a boba aqui passou pq não olhou as referências do lugar antes.


Dizem que um dos maiores problemas no ramo de serviços é a falta de reclamação dos clientes. Dizem por vias formais. Existem casos e casos. No caso de um restaurante, se vc reclama com o garçom e ele não faz nada ou se faz de mouco, me parece não adiantar muito reclamar com o gerente pois se ele não passou para os garçons que eles devem encaminhar as reclamações para o gerente ou tentar resolver isso quer dizer que ele está fazendo tudo menos gerenciar o estabelecimento. Afinal, do que adianta vender comidas e bebidas se não tem quem as consuma? Quando é o caso de empresas maiores, como as de telefonia, realmente não temos muito para onde correr, já que as agências não servem de muita coisa. Escolha pelo preço ou por um serviço exclusivo, pq não existe atendimento ou respeito ao consumidor. Mas de verdade, eu já fui cliente de quase todas as empresas de telefonia celular, só falta uma para completar o ciclo. Quando ele terminar, volto para o começo. Não tenho nenhum respeito ou fidelidade por tais empresas.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Dicas de livros

Existe uma personagem da literatura portuguesa que é desconhecida por muitos - Mariana. Mais conhecida ainda como Mariana Alcoforado ou Sóror Saudade. Conheci a história dela através de uma ótima professora que caiu de para-quedas na disciplina de realismo português. Nessa ocasião, eu, que estava crente que ia ler o Fernando Pessoa, acabei lendo A Casa da Malta.

Felizmente essa professora gostava de nos mostrar o lado underground da literatura e acabou comentando sobre a Mariana, Anaïs Nin e Florbela Espanca - expoentes da literatura de suas épocas sutilmente deixadas de lado por muitos estudiosos. Eis que um dia, vasculhando as estantes de livros de bolso da Banca mais famosa do Ceubinho eu encontro ela, Mariana Alcoforado, por r$ 8,00. Não resisti, ainda mais quando para valida-la havia depoimentos dos seus leitores: Rilke, Stendhal, Sainte-Beuve e Rousseau. Esse último queima filme (na minha opinião), mas é famoso.

Falando agora do livro, são 5 cartas de amor publicadas primeiramente de forma anônima, afinal, se trata de confissões amorosas de uma freira (de um convento em Beja). Por isso ainda o nome Sóror Saudade. Essa última informação não encotrei no livro e como foi a professora que comentou muito exitante, coloquei em itálico. Bom, a freira teve uma grande paixão por um oficial do exército francês que estava servindo em Portugal, dizem ser o conde de Saint-Léger, ou De Chamilly. Mas a questão é que, bom, eu estou muito pouco romântica ultimamente, então vou analisar friamente a carta: trata-se de uma mulher desesperada com o rompimento e a indiferença do amante. Eu a acho por demais solícita com ele, apesar de todo ódio que exala em suas cartas, afinal, ele fudeu com ela e com a vida dela.

Parece-me ainda que ela sofreu punições da família pela aventura, mas se recusou entregar o nome do amante, um homem covarde que desgraçou uma mulher sem experiência que viveu num convento a vida toda e não teve coragem para romper com ela pessoalmente. Essa é a minha leitura, afinal, eu sei que no séc. XVIII a educação das meminas em muitos casos era feita por freiras e os pais que não conseguissem ou não quisessem arrumar casamento para suas filhas chegavam a nunca conviver com elas, deixando-as mofar num convento, como parece ser o caso de Mariana. Mas ele também pode ter sido ameaçado pela família de Mariana, que era muito poderosa. Quanto a parte romântica da carta, a considerada por muitos como uma voz que se sobressai, vale a pena dizer que a dor de uma desilusão parece ser a mesma, não importa a época.

Cartas Portuguesas, Mariana Alcoforado

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O post do desassosego

Ou o não-post

Eu adoro essa palavra. Pra mim ela soa bem diferente de ansiedade. Quando penso em ansiedade me dá vontade de roer as unhas, no desassosego, tenho vontade de trabalhar, dançar, ir tomar uma cerva com os amigos, mas ficar à espreita, só olhando.

Essa palavra não surgiu aí a toa. Foi inspirada no livro do desassossego do Fernando Pessoa - o esquizofrênico mais criativo que eu já vi. Bom, eu o chamo assim porque ao ler seus heterônimos separadamente e desavisadamente pode-se muito bem achar que se tratam de 3 escritores distintos. Inclusive eu faço a mesma pergunta que muitos: Será que o próprio Pessoa não é um heterônimo? Afinal, pessoa vem de persona, a máscara do teatro grego. Acho que só com essa explanação já posso ter plantado a semente do desassossego em vcs. Enfin, esse livro, ou não livro como Pessoa o chamou, é enorme e eu não li nem 1/3 dele ainda, mas já me deixou por demais desassossegada. Vou colocar aqui o primeiro trecho do livro para que vcs se sintam tão desassossegados quanto eu.

"1. Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido - sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar por que sente, e não por que pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem vêem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera idéia biológica, e não significando mais que uma espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.

Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo que comummente se chama Decadência. A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia."

Livro do desassossego - Bernardo Soares (ou Fernando Pessoa)


Acho que a principal diferença entre nós, aqui, é que para ele houve um tempo em que se acreditava em Deus, esse Deus que fazia girar o sol em torno da Terra. No meu tempo, ele já havia morrido, sido esquecido.