sábado, 30 de janeiro de 2010

Expectativas...

Acho que a gente deveria tentar nunca tê-las em nossa vida pessoal. Por mais boba e inocente que pareça o objeto da sua expectativa a frustração dela é sempre maior do que a realização da mesma. É impressionante como um simples programa frustrado pode acabar com o seu bom humor em segundos.

Todos tentamos não ter expectativas demais, mas é inevitável adquirir ao menos uma. Elas são idéias aleatórias a respeito de algo que voam como poeira no espaço do nosso pensamento. Como o pensamento é mais denso que a expectativa essa é automaticamente atraída por esse. A superfície extremamente aderente do pensamento ocioso é outro fator revelador de expectativas. Mas e quando o pensamento não está tão ocioso assim, é possível evitar expectativas?

Eu sou um ser extremamente pensante. Sobretudo quando não deveria. Racionalizo até a frustração das minhas expectativas quando deveria tentar afastá-las. Nesse ponto devo discordar de Sartre. Pelo menos nesse caso, o meu inferno sou eu mesma.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mudanças

Texto de 27 de outubro de 2008.

Ouvi diversas vezes as pessoas dizendo que "reclamar não adianta nada" ou que falar de política é inútil pois os políticos nunca vão mudar. Durante algum tempo, eu mesma segui essa postura pessimista.

Mas os acontecimentos podem abrir nosso campo de visão para uma saída. Eu começo a pensar que o brasileiro (e principalmente o brasiliense) tem que mudar de postura. Nós somos muito passivos e acreditamos demais na mídia sem uma prévia reflexão. O povo tem que fazer valer os seus DIREITOS, porque os deveres são devidamente impostos e cobrados pelo governo.

Está na hora de tentar ir atrás da contrapartida. Parece muito ingênuo ou pseudo-revolucionário usar esses termos, mas o discurso é velho, a postura é que é nova. O novo cidadão tem armas eficientes e pretendo me valer de uma delas, a internet.

Só para exemplificar, outro dia estava tentando atravessar a rua de mão dupla que dá para entrada da garagem de um shopping center e como o fluxo de carros era grande, estava esperando a algum tempo. Continuei esperando e me dei conta que alguns carros pareciam acelerar quando viam que eu tencionava atravessar a rua. Não existia faixa de pedestre nessa rua em parte alguma da sua extensão. Num dado momento o fluxo dimiuiu numa mão e na outra havia somente dois carros bem distantes.

Eu poderia atravessar tranquilamente se o carro não fosse entrar na garagem, mas se não fosse teria que passar correndo. Esperei um pouco e como o carro não deu seta eu atravessei calmamente (estava acompanhada da minha mãe que tem problema no joelho e não pode correr) quando vi que a mulher que dirigia o carro me olhava com uma cara feia pois ela teve que parar para que nós pudéssemos atravessar a rua já que ela queria entrar na garagem. Juro que pelo tempo que eu esperei na calçada me deixou tão bem humorada que fiz aquele sinal pra moça do carro como quem diz "a seta, madame!".

Para a minha surpresa, levei um beliscão no braço da minha mãe. Ela achou super grosseiro eu acenar para a mulher no meio da rua. Fiquei p. da vida! Que coisa, né. A madame tá sentada na sombrinha e no ar-condicionado e a gente enfrentando a rua e tentando chegar do outro lado num lugar onde NÃO tinha faixa de pedestre e eu que tava sendo recriminada? Se a gracinha tivesse dado seta a gente não teria entrado na frente dela. Mas a maioria das pessoas acha aquilo um acessório do carro e não um item obrigatório (algo que deva ser realmente usado).

Conclusão, se vc não reclama é passiva, se reclama, grosseira. Tá difícil...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Carnaval 2010 já tem tema

É, galera. Esse ano parece que o Carnaval em Brasília vai ser bem animado. Quero só ver o desfile do BOPE no Pacotão...

Pra quem tiver a "felicidade" de ficar aqui no carnaval já pode ir decorando as marchinhas.

Eu acho que vou fantasiada de panetone (recheado com dinheiro mabel, é claro).

domingo, 24 de janeiro de 2010

Compromissos de final de semana

Eu me lembro as vezes de como era a expectaviva para a chegada do final de semana. Muitas vezes na quinta feira já estávamos a caça de algo para fazer. Outras tantas já sabiamos o que ia rolar. O final de semana era a razão do nosso viver. A semana era só a escola. Muitas vezes eu passava as tardes entre ouvir música, estudar, falar no telefone e ver tv. Algumas vezes era tudo isso ao mesmo tempo.

O final de semana não. Ele era iluminado. Tinha cheirinho de liberdade. Eu parecia o snoopy na tirinha q ele fala dos dias da semana. Acordava cedo sem ajuda e feliz da vida. Assistia globo rural, corrida de F1 com o meu pai, ia na padaria e assim que o horário ficava descente para acordar os dorminhocos ia descendo as escadas para acordar minhas amigas, que moravam no andar de baixo.

Hoje em dia o clima é todo diferente. O final de semana não se deixa revelar como antigamente. Muitas vezes tenho tantas coisas na agenda que não entendo pq eles colocam o sábado e o domingo na mesma página. Já cansei de planejar na minha cabeça: "Esse final da semana eu não vou fazer NADA!". Fico até com um leve sorriso nos lábios, mas eis que sorrateiramente aparece um almoço, um jantar, um aniversário... E são sempre coisas que tem o tom imperativo: "Temos q fazer isso, ir a tal lugar, ligar pra fulano"...

É, envelhecer sucks! Nas raras vezes que a gente não tem nada pra fazer se sente velho, desanimado e mal amado. Além disso, fica com uma sensação de arrependimento enorme porque sabe que a semana vai chegar com tudo e vc não vai ter tempo nem de parar pra respirar.

Pra quem tiver afiado no francês, vai aí um clip que descreve um pouco como eu me sinto em relação aos "compromissos" de final de semana.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

It's over!

Eu me rendi! Finalmente estou tendo aulas de inglês. Para quem não sabe, eu sempre fui meio da pá virada. Como diz uma amiga minha, era engraçado me ver indo para aula de francês quando todo mundo ia para aula de inglês. Parecia chique, mas no fundo era muito prático. Tinha dois motivos.

O primeiro é que eu fazia numa escola de líguas do governo então, estudava de graça. Mas só tinha vaga para o francês. Depois, eu acabei gostando e tinha muita facilidade em aprender. Sempre tirava boas notas. Mas o inglês... Foi ficando de lado, afinal podia fazer francês no vestibular, na prova do mestrado... (Confesso que nunca gostei muito dos ingleses nem dos americanos) Mas eis que surge a Suécia e o doutorado.

Se, por acaso, eu ficar aqui em Bsb e resolver fazer o doutorado tenho que fazer a prova em outra LEM. E como na minha área não se acha livros franceses nem das feministas francesas tenho q aprender essa língua. Outro agravante é a Suécia. Se eu tiver que ir mesmo ano que vêm não vou conseguir falar sueco. A única palavra que eu sei é obrigado, mas não sei nem como se escreve. Mas acredito que o inglês vai me ajudar a não morrer de fome nem virar uma sociopata.

Blergh! Inglês então. Essa língua que eu acho super estranha, cheia de movimentos exagerados com os lábios e o maldito "th" que eu acho q nunca consigo pronunciar direito. Mas é isso ae. Pelo menos entrei quase no final, intermediate II. Quantos níveis será q tem?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ai meu deus, eu vou casar!

Ah, eu vou casar! Logo eu que fui sempre a mais sem graça das minhas primas. A mais tímida da sala. A mais muleca da minha rua. A mais tosca, desbocada e gorda das meninas da minha adolescência. Nem eu acreditava que ia casar. Fui durante muitos anos "a solteira" das minhas amigas. Odiada pelos namorados delas. A minha mãe suspeitava da minha sexualidade pois estava sempre só. Eu me achava uma pessoa incapaz dessas coisas.

O amor só dava errado comigo. Sempre acabava gostando de quem não gostava de mim. Ou quando era correspondida o cara não prestava. Não conseguia levar meus relacionamentos adiante. Eu era uma ostra. Era tão difícil me abrir que optei pela solidão. E não é que quando estava me resignando com minha condição, quando o meu objetivo de vida passou a ser ter um lugar onde coubesse um cachorro e um gato pra me fazerem companhia, eu tropecei nele?

Completamente diferente de todos os homens que já conheci. Ele é lindo, educado, cozinha pra mim, arruma a casa, é inteligente... Só não falo mais pra não deixar vcs com inveja. E depois de 2 anos morando juntos vamos assinar os papéis. Eu sinto uma excitação enorme misturada com um friozinho na barriga. Afinal, eu ainda sou a mulher da relação.

Será que a minha vida vai mudar depois de virar uma pessoa oficialmente casada? Ou isso é coisa da minha cabeça? Sei que vai parecer paranóico, mas ser casado é tão tradicional. Será que eu entrei no pacotinho? Eu sempre achei a gente um casal tão cool. Será que vamos continuar? Bom, se o test drive é suficiente para testar a eficácia do produto, tudo indica que seremos muito felizes. Mas só tem um jeito de descobrir como são as coisas pós-casamento...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

2010 começou?

Outro dia parei pra pensar nisso. 2010 já começou? É tão bizarro porque eu ainda não acabei 2009 e o outro ano chegou atropelando. Cadê minhas férias? Sabe, quando a gente não tem férias parece que o ano não terminou. É como chegar em casa de madrugada e ter que ouvir que "bom dia" (bom dia é só depois que a gente dorme e acorda, oras!).

Desde o natal não tenho trabalho oficialmente falando, mas como não tive nenhuma semana à toa de pernas pro ar, eu realmente não senti que estava de férias. Quando eu imaginei que ia ficar à toa comendo pipoca na cama e assistindo filme de mulherzinha, lendo sem stess... Não é que eu recebo um "convite" pra dar aula?

Depois é que fui me lembrar que eu mesma me ofereci para trabalhar nas férias com medo de ficar sem grana para pagar os milhares de impostos do começo do ano. Ai ai. Já que tava lascada resolvi atolar o pé na jaca. Bote aí mais um intensivo para fazer aula (no lugar de dar) bem na hora do almoço e um grupo de pesquisa extra e uma academia que de tão cara me pesa 10 toneladas na consciência toda vez que falto. Pra completar tudo ponha um marido viajando pra praia enquanto vc está nessa loucura e misture bem com uma dose de ter que fazer comida só pra vc e pronto! Consegui estragar minhas "férias". Será que ainda dá tempo de bolar algo no carnaval?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Time machine

Eu queria ter uma pra mim. Não para ficar rica com informações previlegiadas ou consertar alguma merda que eu fiz e me arrependo. Também não tenho a ambição de evitar a morte de ninguém. Ainda mais depois de ter visto 'Pet Sematery'. Eu queria mesmo era voltar no tempo para sair dos recintos antes do ouvir a série incrível de absurdos que ouço com uma certa frequência de alguns familiares. Esses absurdos são ditos num tom tão digno que a pessoa que os profere se crê dona da verdade. Qualquer pessoa que estivesse à escuta se chocaria com certos comentários que ouço desde a minha mais tenra infância. Talvez eu me arrependa de ficar só com cara de tacho na maior parte das vezes, mas acredito que a pessoa que chega ao ponto de ser tão cínica não merece nenhuma resposta. É levar um louco à sério, ou seja, coisa de doido.

Um exemplo? Hum... melhor deixar pra lá.

Meia noite...

A hora do crime. Uma mulher descabelada, com uma faca na mão...


passando manteiga no pão.
Sei lá pq raios me lembrei dessa frase. Minha mãe recitava pra mim quando eu era criança e eu rolava de rir. Mas tem que ter a paradinha senão não tem graça. Talvez pq seja de fato meia noite (quando comecei a escrever) e o sono nem de perto deu sinal de vida. O pior é q eu tenho q acordar umas 8:00hs da matina pra ir trabalhar e sei q tenho um looongo dia pela frente. Mas esse não parece nenhum ataque de ócio criativo noturno. Não vou escrever nada de bom. Já aconselho desde agora a ir para outro blog pq esse lhe entediará, certamente.

O que pode ter de divertido uma mulher de 27 anos descabelada e de camisola descalça e sentada curvada numa cadeira capenga de interessante pra falar? Pois é, então me despeço e recolho minha ordinária figura para atividade mais profícua - a leitura de Macunaíma. Algo que sempre me dá sono e me adormece quase que instantaneamente. Em quase 7 anos de 'letrada' não passei de fato da página 10. Algumas vezes fui mais longe, mas os intervalos eram tão longos entre uma leitura e outra (afinal de contas não sofro de insônia com frequência) que acabava me esquecendo de quase tudo que havia lido tendo que retornar ao princípio do romance.

Duas incertezas pairam sobre mim: será que um dia lerei o romance até o fim e se caso o faça, terei outro romance sonífero igual para me remediar em noites claras? De qualquer modo tenho que tentar, pois a escrita noturna não me deixou com nem um pouco de sono.

Boa noite!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

As desastrosas crônicas de Nárnia

Para matar o tempo e dar uma relaxada do trabalho eu pedi e ganhei o volume único das Crônicas de Nárnia. A minha idéia era ler uma coisa bobinha e divertida para fugir um pouco da minha linha de pesquisa. Afinal, o que poderia ter a ver com práticas sociais e represetação um livro pra crianças?

Ledo engano! O livro é um prato cheio para críticas. O autor coloca de forma praticamente transparente todos os seus preconceitos e crenças. Isso pode ser considerado bom de certa forma porque sendo transparente e facilmente identificável torna-se questionável.

Do ponto de vista estético o livro é medíocre. Eu não sei dizer se é um problema da tradução, acredito que seja, mas além de tudo, o livro (ou a tradução) é muito mal escrito. As descrições são imprecisas e os acontecimentos se atropelam. Essa última parte acredito que, para as crianças, seja uma vantagem. Elas dificilmente dormirão se alguém estiver lendo corretamente o livro para elas. Mas o vocabulário é tão pobre em comparação a riqueza que se imagina haver no mundo de Nárnia.

Ideologicamente não podemos culpar o tradutor. O Lewis devia ser um pedagogo pra lá de retrógado. Critica abertamente as escolas mistas, prega que as mulheres, mesmo sendo rainhas, devam ficar à sombra dos Grandes Reis homens e é claro, humanos são melhores que os bichos. Os animais em Nárnia são mais honestos, inteligentes e fiéis que os humanos, mas curiosamente apenas aos filhos-de-adão é dada a capacidade de reinar sob a terra de Nárnia. Os tempos áureos desse mundo apenas existiram quando um humano o governou. Curiosamente ainda aos humanos é dada a alcunha de filhos-de-adão ressaltando o caráter católico do livro. O deus desse mundo é um leão e vc pode até cair na besteira de pensar que nisso o autor foge ao clichê catequizante que dá o tom da narrativa, mas não se engane. Na penúltima crônica, que será precisamente o 3º filme da série, ao chegar ao fim do mundo (que em Nárnia é plano) o leão aparece sob a forma de um cordeiro apenas para dizer as crianças que ele também é o senhor do mundo deles (a Terra ou mais precisamente, a Inglaterra), mas que lá aparece sob diferentes formas.

Outro problema agoniante é o racismo escrachado do livro. Os nativos de nárnia são os animais falantes. Os reis são os humanos. Mas Nárnia é um país. Existe a Arquelândia, onde os animais são burros e os homens são brancos. Na visão do autor, é um bom país. Já a Calormânia, uma terra árida onde as pessoas tem a pele morena e os olhos escuros e as roupas se parecem muito com as que conhecemos por serem árabes, é um país feio de gente ruim, música e poesia inferiores e comida estranha e difícil de agradar realmente ao paladar.

O que ele tem de bom? Apesar de tudo, a imaginação do autor não é de se jogar fora. Imaginar que você pode se transportar para um outro mundo atravessando um guarda roupa é muito divertido. Eu só daria um conselho aos pais que queiram ler o livro aos filhos: discuta essas passagens com os meninos explicando bem a época em que o autor viveu e o porquê de certos pensamentos. E principalmente, não deixe passar o preconceito e o sexismo do livro. Eu acredito que devamos ler todo e qualquer livro com uma certa dose de crítica e atenção, mas não precisamos jogar fora coisas que fujam as nossas crenças. Dessa forma estariamos nos tornando iguais ao Lewis ao criticar escolas mistas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dando uma forcinha

Faz tempo que venho prometendo a uma certa pessoa colocar o link da banda dela aqui no blog. Pena que ultimamente eu tenho postado pouco e frequentado menos ainda os blogs amigos. Isso faz com que minha "popularidade" caia e eu não seja um grande vetor de divulgação, mas não custa nada tentar. Também tenho sempre a alternativa de postar novamente sobre o mesmo assunto futuramente quando estiver mais em voga.

Sem mais delongas, apresnto aos fãs das bandas estilo MCA e Los Hermanos a banda brasiliense que já tem 2 cds na praça e disponibiliza suas músicas no site, peixa! O que eu mais gosto são as letras totalmente construtivistas da banda. É uma pena que eles estão meio parados por agora. Acho que estão precisando de um incentivo para voltar a ativa com força total.

Faça uma visita, se gostar comente aqui que os peixanos irão saber ;)!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Conto de Natal

Mais uma coisa boa de não ter tv em casa - ficamos longe das neuras e programas piegas de Natal. Quando essa época chega de súbito começa a nevar em Brasília. Neva isopor, algodão e espuma. Um fenomeno um tanto quanto bizarro. Além desse, aparece uma centena de bonecos de neve dos mais diversos materiais e uma penca de velinhos balofos e barbudos vestidos com uma roupa estranhíssima onde se pode jurar que o ser derrete lá dentro. Além disso, a cidade fica vermelha, mesmo quando o PT não está no governo.

E tudo isso pra quê? Se empanturrar de comida, ver aquela parte da família que vc nem conhece e fingir que gosta do Natal. Eu fico louca com as perguntas inquisitórias "Onde vc vai passar o Natal?", "Oq vc vai dar pra fulaninho?", "Vc vai levar oq pra comer?", "Vamos comprar um presente absurdamente caro pra mamãe e dividir por 3?"... Muita gente me diz que gosta de dar e receber presentes e por isso o Natal faz algum sentido, mas pra mim parece mais uma obrigação - no caso da minha família é de fato uma obrigação. Se eu não dou presente já me olham meio torto pensando que eu sou pobre ou sou uma desnaturada. Muitas vezes os dois. Mas alguém se anima para ir ao shopping comprar presente de natal em dezembro? E quando vc não ganha 13? E porque eu tenho que dar presentes no Natal mesmo quando não acho que tenha nada que eu queira dar pra fulaninho ou ciclaninho?

Gosto de dar presentes quando acho um presente que tenha a cara da pessoa, não gosto de ser pressionada. E porque eu não sendo católica tenho que parar a minha vida, gastar o meu dinheiro por um feriado que não faz o menor sentido? A última coisa que as pessoas pensam é no nascimento de Jesus Cristo. Os presépios estão tão fashions que a última coisa que vc consegue reconhecer neles é o nascimento de alguém. E o mais estranho, o cara nasceu no meio do mato, numa manjedoura de palha e tudo que as pessoas pensam é ganhar presentes caros e comer com muita fartura. A única proximidade que consigo ver entre as duas coisas é que se comemorar o Natal como todos parecem querer eu fico pobre como JC.

E toda aquela baboseira de espírito de natal? Argh! O Natal não convence mais ninguém. As crianças ficam eufóricas pelos presentes, os solitários se sentem mais solitários, os não-católicos tem mais um evento social dispendioso para ir e todos temos dezenas de mensagens para responder, desejos para fazer e network para fortalecer. Ou seja, pra mim Natal é um saco!