terça-feira, 30 de junho de 2009

Nerdices

Eu sinto um certo arrependimento por não ter investido mais nas minhas nerdices. Eu nunca vou tirar mais que 60 num teste nerd, isso se eu tiver um intérprete pq até onde eu sei não tem teste nerd em português ou francês. Eu estou mais próxima de cult do que de um nerd (isso é claro, aceitando rotularizações). Não sei exatamente o pq de ter abandonado minhas nerdices. Acho que não tinha tranquilidade pra ficar sozinha e desenvolvê-las. Eu parei até de desenhar. Me lembro muito bem que comecei fazendo ampliações do Asterix e dos menores personagens da revista e depois desenhava de cabeça o Mario Bros e os personagens do video game que eu gostava, mas sei lá, um dia eu larguei o lápis e nunca mais meu talento foi o mesmo.

O meu conhecimento em HQ foi o pouco que eu consegui extrair das revistas que meu irmão deixava dando sopa. Era caro comprar revistinhas e eu não podia me enturmar com os meninos onde eu morava pra comprar e rachar ou para ler as revistar porque pegava super mal, eu era menina. Em contrapartida era fácil enturmar com as meninas pra comprar o álbum da Moranguinho ou da Barbie. Acho que depois de um tempo perdi o interesse pelas HQs. Gosto ainda de algumas das mais elaboradas, mas prefiro os livros. Já estou tão desatualizada que nem me lembro os nomes das dezenas de ligas e grupos da DC e da Marvel. Gosto de desenhos animados, mas nunca tive tv à cabo em casa. Acompanhar qualquer coisa pelo SBT é pedir pra morrer. Primeiro vinham os apresentadores super talentosos antes dos desenhos e depois era dura ver o mesmo episódio 10 vezes ou voltar pro começo da temporada no penúltimo capítulo 3 vezes seguidas. Não era fácil como é hoje baixar ou gravar alguma coisa na tv. Depois perdeu a graça. Não tenho paciência para rever os Cavaleiros do Zodíaco.

No computador eu tbm sou uma negação. Depois que enfiei a impressora direto na tomada todos lá em casa entravam em pânico quando eu me dispunha a fazer qualquer coisa de mais complexa. O meu irmão partia o HD e fazia um monte de coisas, mas ele não explicava onde a gente podia gravar as coisas. Achava que era óbvio e depois dava chiliques quando a gente "bagunçava" a organização dele. Verdade era que o computador era mais dele do que de nós (o resto da família). Além disso eu realmente nunca tive paciência para fuçar as coisas. Eu sei o básico do meu computador e mais ou menos.

De vez em quando rio sozinha quando descubro um atalho que teria me poupado horas de um trabalho x que eu fiz do jeito mais jeca do universo. Acho que a minha vida poderia ser um pouco mais fácil com um pouco mais do "espírito" nerd. Como por exemplo, colocar todas as notícias que me interessam no rss. Eu ainda não entendi o processo. Acho que quem escreve as ajudas da informáticas partem de dois pressupostos: ou vc é um nerd que quer reprogramar a coisa do seu jeito ou vc é um completo ignorante que não sabe qual é o botão de liga e desliga. Enquanto isso eu tento vencer a minha preguiça e entender um pouco mais essa "tecnologia" toda e ver se ela realmente vai ajudar a minha vida.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Antifeminismo

Só uma palhinha do texto que estou lendo no momento para uma disciplina. Eu mesma fui vítima desse preconceito e hoje enxergo o quanto falei de coisas que não conhecia. Pensava, eu não quero parar de depilar o suvaco pra ser feminista nem virar lésbica (como se isso fosse um problema). Vejo agora que fui mais um alvo desse discurso divertinho com um ar de modernoso que é a condenação acrítica das idéias politicamente corretas. Claro que muitas merecem sim críticas, mas eu acho que a crítica ao racismo, por exemplo, não deve ser mal vista. Tão pouco essa postura de dizer que racismo é coisa de americano e que aqui não tem isso.

Temos racismo sim e quando velado mais difícil de ser combatido. Temos sexismo sim e eu estou cansada de ver isso no meu dia a dia. Ouvi outro dia desses num concurso para professor titular do meu departamento uma besta da banca soltar a seguinte afirmação: "Vejo aqui que você trabalha também com as teorias de gênero. Não entendi bem porque, já que você trabalhar também com sociologia. Todos nós sabemos que as mulheres são a maior parte dos estudantes universitários no Brasil. Elas tem livre acesso aos postos de comando. Se ainda não os ocupam deve ser por um receio do poder e não por machismo". Era um homem falando e a candidata ao cargo era mulher. Dos 4 candidatos ao cargo apenas um era homem. Adivinhem quem ganhou? Será que nenhuma das outras candidatas era competente o suficiente? Se eu não tivesse ouvido isso da banca poderia até pensar que foi um processo justo, mas quando vi essa postura me retirei do recinto e pensei "Estamos falando para as paredes da academia". Claro que a minha raiva já diminuiu, mas não venha me dizer que o feminismo está superado.

Citando um trecho do artigo de uma crítica literária de quem sou super fã, Rita Terezinha Schmidt:

"A complexidade dos fatores que se conjugam na articulação desse fenômeno que é o antifeminismo brasileiro impõe, obviamente, que sua apreensão se dê para além do limite das associações que se possam fazer com a repulsa ao “politicamente correto”, ou com o rechaço às idéias “fora do lugar”, expressão inventada por Roberto Schwarz para explicar o nosso torcicolo cultural, isto é, a dependência de idéias forjadas nos centros metropolitanos de poder e o seu transplante acrítico para o contexto de uma realidade brasileira em descompasso com a realidade onde tais idéias são produzidas, ensejando entre nós uma vida cultural artificial, mascarada e alienada das condições materiais de vida. Fazendo um jogo com a expressão de Schwarz e invertendo seu sentido, afirmo que o antifeminismo, entre nós, enraizou-se no âmbito da cultura letrada como uma idéia muito própria do lugar, na medida em que foi se consolidando no curso do próprio desenho do desenvolvimento econômico e da organização social brasileira, como decorrência das relações materiais de produção e da consolidação de um pensamento patriarcal e senhorial que ancorou um sistema social de relações de poder em que formas de misoginia e de racismo foram instrumentais na materialização dos interesses de classe da elite dominante. "

Refutações ao feminismo: (des)compassos da cultura letrada brasileira. Revista de Estudos Feministas - REF, setembro-dezembro 2006.

sábado, 27 de junho de 2009

As intermitências da vida

Existem sempre muito mais que duas formas de ver as coisas. Mais também de encarar os problemas. Descartes disse que não existem formas fáceis de resolver problemas difíceis. Eu discordo e concordo (como disse, sou uma pessoa antagônica). Acho que difícil é encontrar a solução para o problema. Depois que isso acontece, mesmo que seja difícil resolvê-lo, aos nossos olhos o problema é praticamente resolvido. E se a gente pensar um pouco em outro francês, o Sartre, que disse que o inferno são os outros, quantos dos nossos problemas não são no fundo o fruto de uma preocupação com o que os outros vão pensar?

Será que realmente a motivação louca por "vencer na vida" não provém daquela de mostrar para os outros que você é bom (melhor que alguém)? É engraçado pra mim pensar que os esforços da maior parte das pessoas se concentra em motivações extremamente egoístas. Não me tiro do bloco, mas não consigo deixar de achar engraçado.

É claro que quando escrevo aqui sempre penso em algo ocorrido à minha volta. Conversando com duas pessoas diferentes consigo perceber claramente motivações completamente distintas. Para uma conforto é tudo. Depois de uma ceta idade aquilo que não se realizou na vida ou toma uma importância extrema ou é superado. É interessante ver nas pessoas de mais idade comportamentos dessa natureza. As que superaram ou até realizaram são normalmente mais tranquilas, conseguem ter uma visão mais ampla e menos reguladora do mundo. As que não se resolveram não são pessoas legais de se conviver. Analisam tudo e todos com base em si e no seu comportamento. Aqueles que agem e pensam como eles estão certos, os que pensam ou agem diferente estão errados. E o pior, não são pessoas felizes estão sempre reclamando da vida.

Eu citei o exemplo do "vencer na vida" porque sou constantemente criticada pela minha mãe por não ter um carro. Eu concordo que em algumas situações eu queria muito ter um carro, mas não acho que a minha vida seria melhor por isso. Escolhi pagar mais caro no meu aluguel e morar um lugar mais perto do trabalho (vou à pé) e onde seja fácil pergar ônibus porque fiz as contas e vi que a manutenção do carro seria mais cara do que o "a mais" que eu resolvi pagar de aluguel. Além disso, não tenho renda fixa e não quero ser explorada pelo banco e ter que trabalhar pra eles. Mas ela não entende essa parte do raciocínio. Me acha uma perdedora porque moro na Asa Norte e pra ela é lugar de pobre. Não sou funcionária pública, hunf, que horror! Eu nem entro mais no mérito que ela mora num lugar super bacana, mas não tem dinheiro pra comer fora, ir ao cinema, ao teatro, tomar uma cerva com os amigos. Tudo isso eu faço com o dinheiro do carro que eu não comprei. Nenhuma vez, desde que comecei a trabalhar (já nem me lembro quando foi), eu fiquei no vermelho na minha conta. E olha só, passei na seleção do mestrado depois da morte do meu pai tendo apenas 1 mês pra estudar e preparar o projeto, estou indo super bem, tenho praticamente dois artigos para serem publicados... Mas realmente, eu sou um lixo, não tenho carro!

Eu entendo a frustração dela, e é isso que eu acho engraçado. Todos os pais tem aquela tendência de que os filhos realizem os sonhos deles, nem que seja só por um breve período. Normalmente eles desistem da idéia ao verem os filhos darem os próprios passos na vida, outros não.

Desculpem o desabafo, mas acho que a gente sempre passa por umas dessas.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A prostituição infantil não é crime na visão do STJ

Vou plaggear o meu amigo e colocar um post repetido no blog. É tão indignante o que eu li que não posso deixar de partilhar com vcs. A interpretação dos juízes é que é criminosa. A reportagem saiu no jornal O Globo

Como pode isso? Já basta as putas serem agredidas e exploradas e os contratantes nada sofrerem agora as meninas tem autonomia suficiente para sairem dessa vida e como já estão mal vistas pela sociedade mesmo não adiante cumprir a lei, né?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Lei Maria da Penha

Eu realmente duvido da eficácia dessas manifestações pela internet. Mas acredito que em um ponto elas podem funcionar: mostrar ao governo a vontade de uma parcela da população. Digo parcela porque nem todos tem acesso à internet e como tudo aqui é feito ou para os políticos ou para os pobres (em época de eleição), nós somos uma parcela da população à deriva clamando para sermos ouvidos. No meu caso, sou chamada de minoria, mesmo sendo metade da população mundial, mulher. Quem já presenciou, sabe ou conhece algo e se indigna com a violência contra a mulher pense na importância de dar força à lei Maria da Penha. Para quem não sabe, Maria da Penha era uma farmacêutica que levou 3 tiros do próprio marido e acabou ficando paraplegica. A pena ao marido foi tão leve que para se ver livre da ameaça teve que recorrer ao Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), e juntamente com esses formalizou a denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Essa petição é para tentar dar uma forcinha para lei.

http://gopetition.com/online/28830.html


Agradecimentos à Loreley que foi de quem eu peguei o link emprestado


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mais do mesmo

Permanencia, manutenção, segurança, prevenção. Tudo isso é coisa de gente pequena, gente que não consegue dialogar e respeitar a diferença. Gente que tem medo do que não pode controlar e mais medo ainda de descobrir que aquilo que acha que controla é de fato incontrolável. Porque existe gente que teima em querer que o mundo seja todo igual, mais do mesmo? Que todos tenham as mesmas crenças? Porque querem regular a mente além dos corpos e da coisas? Será que essa monitoração não revela de fato uma explosão iminente? Aqueles que se preocupam demais em regular as ações de outrém não tem controle sobre as próprias ações. Porque os religiosos temem o aborto? Será mesmo que eles acreditam numa banalização do aborto? Os fiéis deles são tão volúveis assim? Se todos teriam que prestar contas a determinado deus (seja qual for o nome) porque eles não deixam que ele nos julgue?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

"Não vou me adaptar!"

"Para o intelectual, o deslocamento do exílio significa ser libertado da carreita habitual, em que "fazer sucesso" e seguir a trilha das pessoas consagradas pelo tempo são os marcos principais. O exílio significa que vamos estar sempre à margem, e o que fazemos enquanto intelectuais tem de ser inventado porque não podemos seguir um caminho prescrito. Se pudermos tentar esse destino não como uma privação ou algo a ser lastimado, mas como uma forma de liberdade, um processo de descoberta no qual fazemos coisas de acordo com nosso próprio exemplo, à medida que vários interesses despertarem nossa atenção e segundo o objetivo particular que nós mesmo ditamos, então ele será um prazer único."

Edward Said, Representações do intelectual

sábado, 20 de junho de 2009

Estranho

É estranho ficar só em casa. O mundo todo se agitando, rodando e eu me sentindo parada. Parece que nem mesmo o ar circula pelas janelas abertas. É estranho como depois de muito tempo dividindo o mesmo espaço com alguém se tem a reconfortante sensação de se estar acompanhada mesmo que os dois queiram ficar sós cada um no seu canto da cama ou no seu lado da mesa. Nem mesmo o som da máquina de lavar-roupa ou da música ligada exatamente para fazer barulho parecem preencher o ambiente. Não consigo definir essa ausência como ruim, ainda é cedo pra sentir saudades, mas a melhor palavra que encontro é "estranho". Estranho o som e o barulho não preencherem o espaço. Acho que talvez seja o fato de que o barulho sem pessoas não é presencial, apenas evidencia a ausência, a não-presença. Será que seria isso o princípio daquilo que chamam de "mergulhar em si mesma"?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

La Foule!

Multidão é sonônimo de loucura. Em francês de fato são a mesma palavra. Sempre penso na multidão louca correndo e gritando para lados diferentes como nos desenhos onde pessoas se esbarram e se batem na ânsia de sair do lugar, ou seja, da multidão. Eu percebo que quanto mais idade eu adquiro mais receio eu tenho de multidão.

É deveras engraçado e paradoxal esse fenômeno. Na minha adolescencia eu gostava de showzinhos de rock em lugares bem apertados com muita, mas muita gente. Ia para frente do palco sem receio das pancadas que frequentemente levava só para ver bandinhas que muitas vezes nem conhecia, mas achava o show bem mais divertido com essa aventura. Hoje em dia, mesmo em reuniões ou congressos fujo do famoso "networking" por detestar ter que tentar me fazer ser vista - algo nada fácil dada a minha estatura. Odeio mesmo a idéia de ter que procurar literalmente um buraco entre pessoas para ver algo e muitas vezes ter que me enfiar por esse buraco para chegar lá na frente, onde estaria o possível alvo. Esse buraco é quase sempre o espaço que fica abaixo dos braços estendidos num ângulo de 90 graus com o corpo, ou seja, o suvaco. Quem quer passar por suvacadas? Bom, eu não. Também não tenho mais saco para as cotoveladas, as pisadas, e principalmente a invasão do meu espaço aéreo. Eu simplesmente detesto quando as pessoas ocupam o espaço acima da minha cabeça. É deselegante. Como eu posso saber que gestos essa criatura faz? Não deve ser uma pessoa sensata, afinal deu um jeito de ocupar seu espaço vertical no mundo e ainda atacar o pouco que me sobra de ar puro acima da cabeça.

E não pense que só porque eu tenho menos de um 1,60 que eu passo por isso. Experimente tentar chegar no palco de um show e vc vai entender exatamente o que estou falando. Melhor ainda, não sei se existem ônibus lotados na Alemanha, mas visualise a cena: Você foi o último a subir no ônibus, tem 1,70. A média de altura na Alemanha deve ser mais que isso, mas vamos supor que o time de baskete da cidade estava no ônibus e mais uma reca de gente. Vc vai enfiar o seu nariz no suvaco do cara pra tentar pegar a barra que fica no teto? Pode tentar as laterais, mas se o cara tá segurando no teto, dá na mesma, seu nariz continua no suvaco dele. A escapatória?

Não andar de ônibus, no meu caso, parecer chata por dizer "Eu não gosto de show". Porque? Vc me pergunta. E eu respondo: Já fui en shows tranquilos, mas são raros. A maioria ou tem muvuca pra entrar, ou pra comprar birita ou até mesmo para fica lá dentro. Eu já fui em show que mesmo no fundo, onde tinha kilometros de espaço pra o fluxo de pessoas e tinha neguinho que conseguia tropeçar em mim. E eu não estava sozinha, tinha gente em volta de mim, atrapalhando a passagem, mas mesmo assim insistiram em passar pelo único lugar que tinha gente. O que fazer? Comprar um teaser e começar a dar choque no povo? Hum... Acho meio difícil entrar com isso... Vou acabar parando de ir à shows...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Musa impassível I

Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.

Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave e idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.

Dá-me o hemistíquio d'ouro, a imagem atrativa;
A rima, cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;

Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.

Francisca Júlia (1895)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ufff!

Depois de muita ansiedade peruesca (me refiro aqui ao animal que morre toda véspera de Natal) ,finalmente minha primeira experiência acadêmica aconteceu. E para a minha surpresa e alegria, da melhor forma possível. Deu tudo certo, fora o fato de ter gagejado um pouco no começo da apresentação... Fiquei surpresa com a polêmica que meu trabalho causou. Tanta que ao final da apresentação várias pessoas vieram me colocar seus pontos de vista. Achei fantástico! Recebi muitas sugestões interessantes que me fizeram pensar inclusive em novas possibilidades de leitura das obras do meu projeto.

Bom, se vc quiser me fazer alguma sugestão eu ficaria muito feliz! Mas antes terá que ler os livrinhos a seguir com o pensamento em duas idéias chaves: "repressão sexual" e "relação mãe-fillha". Caso não queira pensar nesses temas, mas apenas se deliciar com uma leitura très agradável, seguem então as dicas:

Escrito em 1963, Verão no Aquário conta e interessante história de uma jovem pianista atormentada pelo talento da mãe escritora. Raíza procura desesperadamente recuperar um talento que considera perdido quando no fundo é ela mesma quem parece perdida entre pileques e festas cheias de significados soturnos na companhia da fauna Marfa, sua prima.

Revolucionário, na minha opinião, o romance As Meninas, consegue a primeira descrição de uma sessão de tortura do periodo mais negro da ditadura militar. Mas além disso, ele conta a história de três possibilidades; Lorena, uma jovem e aristocrata estudante de direito com tendências nada convencionais; Lia, uma revolucionária comunista dividade entre a revolução e a maternidade e Ana Clara, atormentada por um passado que dói na carne e na mente, atormentada ainda pela cocaína e pelo álcool. Todas vivendo juntas num pensionato de freiras na Grande São Paulo.


E por fim, mas nada menos interessante, temos uma coletânea de contos (ótimos para quem não dispõe de muito tempo para ler), que se chama A Estrutura da Bolha-de-Sabão que contém contos como O Espartilho (que faz parte do meu estudo) e A confissão de Leontina, além do foco narrativo super desafiador de A Fuga. Em cada um deles um universo. No primeiro do pós 2 Guerra uma avó nazista rege sua neta meio judia e sua bisneta negra pela narrativa fluida e chocante. No segundo uma prostitura conformada e injustiçada conta sua história e no terceiro o um último suspiro do personagem faz você prender a respiração por alguns segundos durante vários momentos da narrativa.

Fica aí minha dica do mês. Espero que se divirtam tanto quanto eu. E para quem não conseguiu ler nas fotinhas os livros são de Lygia Fagundes Telles e alguns estão sendo relançados pela Companhia das Letras. As edições anteriores são da Rocco.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Contagem regressiva

Sono, cansaço, desleixo com a aparência e a arrumação da casa. Muitas coisas sendo deixadas de lado, como amigos, família, alguns trabalhos e principalmente a minha outra ocupação (minhas aulas estão sofríveis). Tudo isso para poder fazer o que quero. Me desejem sorte!

Faltam 2 dias.