segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Porque as pessoas são tão convencionais?

Ando me fazendo essa pergunta constantemente. Antigamente, quando tinha dinheiro sobrando para gastar com roupas, costumava me vestir de maneira bem peculiar. Muitas das minhas amigas me achavam "fashion". Hoje em dia, a moda é a última das minhas preocupações. Atrás das contas, do mercado, do trabalho... e olha que essas não são minhas prioridades.

Pois bem, ouvi uns rumores de que minhas amigas andam preocupadas com o fato d'eu não me casar de branco. Oh, meu deus! Realmente me parece muito importante, afinal, sou mesmo virgem né? O que eu ainda não entendi é o porquê. Eu não acho branco uma cor muito chamativa. Vou me casar no cartório, pombas. As vezes da vontade de fazer as coisas justamente para ser do contra. Todos se importam com isso, uma coisa estúpida, pois bem, vou me casar de calça jeans, camiseta e allstar.

Bom, uma amiga minha me ofereceu um vestido branco. Ainda não vi, mas ela tem muito bom gosto, deve ser mesmo lindo. Talvez eu que não combine com ele, afinal, não estou muito animada para me fantasiar, representar "a noiva" e agradar as convenções.

Talvez eu devesse explicar o que é o casamento para mim, que sou atéia. É garantir os meus direitos legais e os do meu companheiro perante a lei e terceiros, pois caso algo aconteça, é de minha vontade deixar algum suporte e amparo ao homem que eu amo. E futuramente, quem sabe, proteger nossos filhos de terceiros ávidos por trocados. É assim que eu enxergo o casamento que todos veem como um ritual, uma festa pomposa, vestido branco e buquê.

O ritual pra mim já aconteceu. Quando meu namorado me disse que queria casar comigo nós decidimos que independente de onde nossas vidas nos levassem dali por diante ficaríamos juntos. Sempre tentando estar na mesmo hora e no mesmo lugar, juntos. Foi como se ele dissesse "Caso largue tudo para ficar comigo na Inglaterra eu farei o possível para retribuir". Ele acabou ficando por aqui e eu fiz tudo que podia para recompensá-lo. Ninguém largou nada por ninguém, mas a vida já nos testou diversas vezes. Quando meu pai faleceu e eu vi minha tristeza estampada nos olhos dele tive certeza de que éramos mais do que apenas namorados. Quando eu fiquei ao seu lado sofrendo com a incerteza do futuro, minha agonia só acabou com a dele ao ver o resultado do seu exame de doutorado no Brasil. Isso pra mim foi o meu casamento. O primeiro cartão que recebi dele me faz chorar até hoje de emoção. Lembro de todas as coisas que compramos e ganhamos para a nossa casa juntos. Dos momentos difícies que já passamos, dos apertos financeiros, dos programas bobos e baratos que são mais valiosos que qualquer coisa. Podemos ficar a sós conversando sobre tudo e comendo pizza da sadia e tomando cerveja na cama.

Sabe quando eu me casei? Quando naquele famoso dia do qual não me lembro da data, mas me lembro dos detalhes, ele olhou bem no fundo dos meus olhos e disse "Andei pensando muito nesses dias que fiquei fora e não sei se vc vai aceitar, mas eu quero me casar com vc. Vc quer se casar comigo?". E então ele colocou no meu pescoço o seu colar preferido como se fosse uma aliança. Eu aceitei na hora e um amigo nosso tirou uma foto bem no momento em que nos beijamos. Eu estava com uma bermuda jeans, uma blusa preta com uma inscrição dizendo "Home is where the heart is...". Tbm me lembro da roupa que ele usava e de como seus olhos brilhavam naquele dia. Voilà, amigas! Aqui está a descrição do meu casamento. O momento especial, ritualístico, mítico pelo qual todas as mulheres espera a vida toda. É esse dia que eu estou comemorando. É por causa da felicidade que começou ali, com aquela mútua escolha, que eu quero festejar e não porque eu tenho que usar branco, carregar um buquê representando a minha fertilidade e blá, blá, blá.

Não esperem que eu me importe com tudo isso, porque pra mim o mais importante eu já tenho. Não se exasperem com o meu desinteresse. E não esperem que eu seja como todo mundo ou que eu faça o que esperem que eu faça porque sou EU e não outra pessoa quem está ali. As coisas não podem ser iguais porque as pessoas não são iguais. Eu só espero que vcs estejem tão felizes quanto eu e que possam comemorar com os corações plenos de alegria e vazios de convenções e expectativas triviais.

Talvez eu aceite o vestido, quem sabe. Mas não porque tem que ser branco, mas porque eu goste. Mas se ele for verde, amarelo, laranja ou vermelho, nada me impedirá de gostar dele também.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Calor demais, trabalho de menos

Ainda bem que eu não entendo nada de Biologia do ser humano. Ainda agora me peguei pensando em como é estranho a gente gastar 80% de todos os igredientes que ingerimos apenas para mantermos nossa temperatura corporal. Que não somos uma máquina perfeita está óbvio, mas porque então quando está quente, como o inferninho de Brasília, não nos sentimos menos famintos e mais ativos?

Eu não sinto muito fome nesse clima, mas também não sinto disposição pra nada. Minha cabeça dói e a única coisa que me anima são atividades "molhadas". Tomar banho, banho de piscina, até lavar a louça parece bom só pra mexer um pouco com água. Ruim mesmo é perceber que tá tão quente q o chuveiro no verão não esfria a água e que ela sai morna de todas as torneiras da casa.

Correção: atividades com água fria me animam. Cerveja gelada tbm.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma pilha de livros...

...meio lidos.

Assim posso definir minha vida intelectual no momento. Uma pilha de livros meio lidos. Na correria do trabalho e dos compromissos acadêmicos eu tento correr contra os prazos através da infeliz idéia de ler um pouco de cada vez cada um dos livros que tenho que ler. Conclusão - estou lendo três livros ao mesmo tempo e em praticamente nenhum eu saio do lugar.

Me perguntei um dia "porque não ler inteiramente o que interessa mais e deixar os outros dois pra depois?". Seria uma ótima idéia, mas cada vez que me empenho nessa tarefa entre em desespero. Ambos são maçantes demais e eu acabo sempre numa agonisante perspectiva de uma leitura sem fim. O pior é imaginar que poderei levar mais de 3 meses para ler um livro de 170 páginas! Se for nesse ritmo não terminarei meu mestrado. Ahhhhhhh!

Comprei até uma vesão original de um teórico q era francês e todos comentavam que as suas traduções para o português eram ruins. Mas advinha? O cara é incompreensível tbm no original, tipo um Lacan... Porque não são todos como o Compagnon ou o Giddens?

Tem horas que odeio os textos impenetráveis de certos teóricos. Será que nos formamos em alguma área do conhecimento ou no fundo somos todos especialistas em esconder a prolixidade para alimentarmos a ilusão de que somos úteis?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Decisão histórica

Talvez ele não fique lá. Talvez o P.O. tbm não pague o que deve. Talvez a Eurides escape. Mas de qq forma devo confessar que fiquei muito feliz com a prisão do carecão ontem. Foi uma das primeiras notícias que vi na TV ontem.

Triste eu fiquei com o comentário do Lula. É verdade que se expressar adequada e acertivamente nunca foi o forte do nosso presidente, mas lamentar que a justiça está sendo feita é foda. Será que ele lamenta a possibilidade da população se lembrar do mensalão do PT?

De qualquer forma, o meu carnaval vai ser bem mais alegre. Resta saber se vai haver desfile do Bope no pacotão ou se a PM vai querer jogar capoeira com os estudantes novamente.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Gafes modernas

Vou tentar transformar isso numa sessão que aparecerá de vez em quando no blog, mas não sei... Vai depender do seu sucesso.

Recentemente fui vitima de uma gafe que considero moderna. Digamos que é algo que pertence aos séc. XX e XXI. Como meus leitores já sabem, vou me casar em breve. Mas como me considero, na maior parte das vezes uma pessoa já casada, poucas vezes comento isso no meu dia a dia.

Numa dessas vezes a pessoa que estava conversando comigo disse "Que lindo! Em qual igreja vcs vão casar?". Poderia parecer normal, para qualquer leitor, mas a pessoa que conversava comigo era da minha família. Quer dizer que me conhece a pelo menos 27 anos, pois é mais velha que eu. Eu sou atéia desde os 8 anos de idade. Mas poderia ser o noivo religioso, perdoei a gafe. Mas no caso, somos um casal ateu.

Todo brasileiro parte do pressuposto que somos católicos ou evangélicos, mesmo não praticantes. Mas realmente, sabem o que eu pensei? Se estivessemos na época da inquisição não haveria dúvida. Ou casa na igreja ou FOGUEIRA. Mas hoje em dia, na pós modernidade (líquida) eu poderia muito bem casar no centro, no terreiro...

Gafe moderna n.1
Perguntar a um casal ateu em qual igreja eles vão casar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Falta de auto-crítica ou má fé?

Sei q muitas pessoas entendem por má fé quando fazemos algo tentando prejudicar alguém. Essa expressão, entretanto, foi cunhada por Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista para explicar um fenômeno. A má-fé sartreana propõe que o ser humano culpa algo ou outrém por uma coisa que lhe acontece e que é de sua inteira responsabilidade.

Estou fazendo um resumo simplista do pensamento, mas é apenas para ressaltar a diferença do conceito para o senso comum. Um exemplo de má-fé, bem simples também, é culpar deus pela minha situação financeira. Algo que eu seira capaz de resolver, mas culpando uma divindade, eu como humana seria incapaz de lutar contra essa situação pois contrariaria a vontade dela.

Seguindo esse raciocínio eu me pergunto - Quantas vezes agimos de má-fé por não fazermos uma auto-crítica na hora certa? É sempre mais fácil apontar o dedo para frente do que para o próprio nariz. Mas quanto stress causamos aos outros para livrarmos nossa consciência de um trabalho mais aprofundado?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pagamento?

"Hum... Sabe o que é? Mandaram os contratos muito tarde pra gente esse ano e por isso o pagamento só vai sair no mês que vem..."

E essa frase foi dita como quem diz "Mais açucar?". Simples assim. Mas ficou bem amarga de engolir. Assim, ainda dita com os olhos meio fugidios, de lado. Tentando fugir do meu olhar certeiro. Tenho certeza que a moça sabia que eu ia perceber o que ela pensava. E Ela pensava "Coitada, tá fudida!"

Por mais que ela tentasse me consolar com um delicado "Mas ele vai sair retroativo no mês que vem" ao olhar todo o sangue do meu rosto fugir, eu só pensava, dentro de mim, em perguntar: "Ele vai vir com o juros equivalente às minhas contas do cartão de crédito, celular...?"

Como pode o governo precisar tanto assim de vc para fazer um concurso em caráter especial e depois te deixar no limbo da desinformação, do descaso, das meias verdades?

Bollocks!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Estar de moto é...

Estar cagado. Simples assim. Quando vc anda de moto, na maioria dos casos, percebe que sua presença repele os carros. Mesmo aqueles que estão numa velocidade menor aceleram para te passar. Quando paramos no sinal vermelho, normalmente ficamos no corredor. Mas se vc ficar no meio da faixa e tiver um carro atrás de vc, pode reparar, ele vai acelerar e chegar o mais perto possível de vc para tentar te expulsar da sua frente.

Eu realmente andei reparando isso agora que consertei minha moto(neta). Não importa o que faça, os carros vão sempre se sentir incomodados com vc. Estando certo ou errado és persona non grata. É uma ofensa grave ser ultrapassado por um motoqueiro, principalmente se a moto dele não é lá uma Haiabusa. Esse desassossego só pode ter uma explicação: moto = a coco.

Eu me espanto com o comportamento infantil dos motoristas. Tenho muita vontade de descer da moto e dar aula de boas maneiras no trânsito para essas criaturas. Não só boas maneiras, mas até eu entendo mais de física do que determinados motoristas. Dá vontade de dizer "Gracinha, minha moto tem 100cc e carrega 150kg. Seu carro tem 1 ton. (aproximadamente) + vc e seu cérebro que não pesa nada. Qual a potência que o motor do seu carro tem que ter para arrancar antes da moto mais peba?" Certamente mais do que um carro 1.0 tem. Normalmente a gente sai na frente da maioria dos carros. Porque as pessoas insistem em querer partir pra cima da gente?

E porque quando vc anda no meio da faixa os motoristas colam na nossa traseira? Porque que quando a gente anda no corredor eles reclamam? São as pessoas no trânsito tão difíceis de satisfazer assim? Se andar de carro é tão irritante assim que seus condutores precisam se livrar logo deles, porque não experimantam a vida em duas rodas? Porque certamente vc já tentou ou quis matar um motoqueiro...