segunda-feira, 14 de julho de 2014

Aprendendo a lidar com os trolls...

Não existe fórmula mágica. Por melhor ou pior que os seus textos sejam, cedo ou tarde você se deparar com eles. Confesso que pelo volume de leitores que tenho todo dia no blog, acredito que até tenho poucos trolls comentando por aqui.

Antes de mais nada, devo dizer que muitas vezes fico lisonjeada em saber que tem gente que perde tempo para achincalhar alguém que não conhece na internet só porque não concorda com essa pessoa. Eu sempre priorizei criticar o comentário no lugar das pessoas. Afinal de contas, muitas vezes mudamos de opinião, o que significa que agimos de uma maneira x, mas não significa que somos assim. Mas os trols tem essa capacidade de argumentação superficial e de visão enviesada do todo que me surpreende muito. Muitos textos desse blog não recebem nem mais o meu olhar pela quantidade de comentários que mostram claramente que a pessoa que está comentando o texto não leu o que eu escrevi e está usando o meu espaço na internet para falar o que pensa, mesmo que não tenha relação com o assunto abordado no texto. É, as vezes parece uma coisa de louco.

No começo eu me irritava e perdia mais tempo do que o tempo que o troll levou me xingando para respondê-lo, pois eu tentavam "elevar" o nível da argumentação. Como diria um amigo meu, um trabalho contraproducente. Ninguém que perde 2 minutos lendo um texto e 15 procurando adjetivos para xingar você nos comentários vai perder tempo para ler calmamente sua resposta e ponderar se por acaso poderia estar errado ou que talvez tenha um aspecto na sua argumentação que valha a pena rever. Para falar a verdade, na maioria das vezes, quando alguém argumenta anonimamente existe 80% de chance de se tratar de um comentário que contenha pelo menos uma ofensa à sua pessoa, mesmo que no texto não haja espaço para esse tipo de interpretação.

Numa segunda fase, eu confeso, cheguei a me irritar tanto que descia ao nível do troll. Me irritava muito pensar que alguém poderia chegar ao ponto de me ofender gratuitamente na internet e não levar nem ao menos uma resposta desaforada. Infelizmente eu acabava me irritando mais e no fim, acabava chegando a conclusão de que a pessoa, ao ler o meu comentário desaforado ou nervoso, tinha atingido o seu objetivo. Objetivo esse que não era nem um pouco debater o tema em questão e sim me irritar. Como alguém que nem me conhece pode ter prazer em me irritar? Eu realmente não sei porque ou para quê, mas resolvi não dar o gostinho.

Atualmente eu cheguei a uma conclusão que pode não ser perfeita, mas tem me agradado por enquanto. Eu deixo o comentário lá desde que não use palavras muito ofensivas, mas não respondo. Eu ainda leio porque ainda existem os 20% dos comentários anônimos que vale a pena serem lidos. Consigo até achar graça de muitos, sempre na linha do "como essa pessoa conseguiu pensar isso desse texto?". Outras me deixam um pouco triste ao ver o analfabetismo funcional em ação. Mas não vamos encarar isso como um problema social e fazer deste texto algo que não é. Basta dar uma olhadinha em qualquer fórum pela internet para perceber que esse problema trolístico não é uma exclusividade brasileira.

terça-feira, 8 de julho de 2014

É, perdemos.

Podia acontecer, não?! Aliás, a gente já tinha perdido antes no Maraca. Mas enfim, eu não estava animada para essa copa. Mas eu nunca estive muito animada para nenhuma copa. Realmente eu não gosto muito de futebol, mas a minha questão é mais outra. Época de copa é uma overdose. Parece que nada acontece no mundo.

O Brasil realmente não para, mas a mídia cai em cima como se não houvesse amanhã. Isso me irrita um pouco. Devo assumir até que depois de ver 80% de todos os jornais repetindo a mesma coisa sobre a copa, eu sempre ficava com um pensamento "tomara que acabe logo". E de verdade, depois da copa, minha vida volta ao normal, como a da maioria das pessoas.

Quanto a vangloriar a seleção alemã… Eles eram melhores que a gente desde o começo. O problema é que a gente sempre espera um milagre. Montamos um time em cima da hora, escolhemos um treinador teimoso, apostamos 100% no craque. Olha a receita e o resultado. Mas é claro que isso não é culpa da nação brasileira. Nós, meros brasileiros não temos nem como votar no elenco.

Mas comparar o país Brasil com a Alemanha eu não acho correto. Somos um país ex-colonia sofrendo com a exploração econômica e com uma elite que não se identifica com o seu povo. Só na copa. Aí vemos todos pintados de verde amarelo torcendo nos estádios, vaiando a presidenta sem fazer a menor ideia da diferença entre protocolo e política. Vaiando o hino da equipe adversária e depois, na hora que perdemos, sentindo "vergonha".

Vergonha de quê? De perder um jogo?! Eu tenho vergonha dessas pessoas que deveriam sentir vergonha de não assinarem as carteiras de suas empregadas domésticas, de usarem a máquina de xérox do serviço para tirar cópia dos livros didáticos "na brodagem" para os coleguinhas de turma porque é "de graça" se não for ele quem está pagando. Vergonha a gente tem que ter de sempre culpar os professores quando eles fazem greve e nunca apoiar o movimento de verdade. Tem que se ter vergonha de reclamar do transporte público quando nunca se pegou um ônibus. Vergonha de só torcer pelo Brasil na Copa, de só se sentir parte do povo bem longe da pobreza, na área elitisada que a FIFA transformou nossos estádios. Vergonha dessas pessoas que mesmo que o Brasil ganhasse, falariam mal de tudo, não veriam nosso mérito mesmo quando temos, mas não aceitam crítica dos outros. Vergonha desses obtusos, dos torcicolados intelectuais, dos verdadeiros coxinhas (por mais que a expressão já esteja bastante esvaziada).

Não acho vergonha perder um jogo para uma equipe que jogou melhor e talvez seja a campeã. O placar poderia ser melhor? Poderia. Mas o futebol é assim, uma caixinha de surpresa. Nós inventamos o ditado e não sabemos o que ele significa?!

A Copa é um evento onde jogam times que são compostos por pessoas que tem inteligência esportiva. Não podemos esperar que seja uma arena para um debate político produtivo, que seja a tradução do Brasil como nação. Claro que o futebol ajuda na coesão social, no sentimento de pertencimento do brasileiro. Mas todos sabemos que ganhando ou perdendo o futebol não apaga nossos problemas. Quem são esses 200 milhões em choque?

Eu não estou em choque. Estou chocada com o número de casos de dengue em Londrina. Com a novo vírus que é agora carregado também pelo mesmo mosquito. Com o número de vítimas das enchentes todos os anos pelo país afora.

Então, sinceramente, me desculpem os mais abalados, mas acho que a gente chora e entra em choque por coisas que realmente afetam a nossa vida e a da nossa comunidade.