quarta-feira, 29 de abril de 2015

Difícil falar alguma coisa

Complicada é a situação que me encontro. E falar alguma coisa em meio a essa barbárie orquestrada pelo governador do Paraná de conluio com 31 laranjas contra os professores do Estado me embrulha o estômago. Pensar que meu marido se tornará um professor nesse Estado me entristece. Chegamos aqui cheios de esperanças. Tínhamos a ilusão de que os estados do Sul eram menos retrógrados. Sabíamos que aqui não era a Suécia, onde moramos no ano de 2011. Também sabíamos que não estávamos na capital, e isso faz uma certa diferença. Mas foi lá onde tudo ocorreu.

Como pode o país pensar em economia ou qualquer coisa quando algo desse tipo acontece com os professores??? Sabe quem são os professores? Os poucos que não pensam só no seu próprio umbigo. Que gastam suas pernas e suas cordas vocais todo santo dia tentando fazer algo que possa realmente mudar o país.

É inadmissível sermos chamados de baderneiros. Nós sabemos bem o que é uma baderna. Lidamos com alunos indisciplinados, salas superlotadas, falta de infraestrutura todos os dias. Sabemos que fazer baderna é o pior jeito de se fazer uma reivindicação. Os professore do Paraná não foram ouvidos. Eu acho que depois dessa o governo não pode falar que tem qualquer compromisso que seja com a educação. Talvez que queria extinguir a mesma. Espero mesmo que o Governo Federal intervenha no Estado do Paraná para que os meus colegas possam recuperar a paz. Trabalhar com dignidade, serem pagos pelo trabalho nobre que fazem. Porque ao contrário dos políticos, que ao votarem algo em sessão extraordinária, ganham uma hora extra maravilhosa chamada jetom, nós, professores, não ganhamos extra pelo preparo de aula, pela correção de prova, pelo atendimento aos pais... Não dá nem pra comparar.