terça-feira, 11 de agosto de 2009

Brasiliense's behavior

Eu sempre fui uma defensora da minha cidade. Não gostava nada quando um forasteiro fazia comentário pouco elogiosos da minha terrinha. Coisas que me tiravam do sério eram as do tipo: "Brasília é uma cidade muito esquizita, não dá pra entender, é tudo igual", eu respondia dizendo "Sabe se localizar num mapa? "Conhece coordenadas cartesianas? É a mesma coisa"; "Não tem nada pra se fazer aqui!", pra esse eu imprimi umas 3 páginas só de eventos culturais e shows gratuitos ou de baixo preço pra dizer à criatura q aqui tem muita coisa pra se fazer sim, não se pode é estar mal informado. Essas e outras eram minhas defesas de Brasília, a cidade do sonho de Dom Bosco...

Mas hoje em dia eu acho que o velhinho se enganou na interpretação do sonho. Eu realmente não visualizo como essa cidade possa ainda ser profética. Os habitantes profanaram o projeto, isso sim. Não sinto mais muita vontade de defender a cidade. Eu não encontro expressão melhor, mas ela está infestada de gente com o rei na barriga. O cara ta de carro já é o suficiente para se achar melhor e com mais direitos que vc, que está apenas atravessando à rua. No trânsito então das poucas vezes que dirijo me arrependo. O povo é tão folgado que te enche o saco até quando vc está na faixa do meio no limite de velocidade. Têm duas outras faixas para a realeza passar livremente, mas ela quer que o pobre vassalo suma da frente. Outro dia desses o cara parou na faixa pra gente passar, mas como não deu sinal de que ia parar ficamos parados na calçada esperando que ele parasse ou passasse. Quando parou começamos a andar, mas a cretinice arrancou pela contramão, tirando um fino da gente porque ficou putinho pela nossa "demora".

É uma galera tão pequena que paga uma fortuna num café dito "vienense" feito com maisena e calda de chocolate de mercado. E o copo? Pequeno do tamanho da foto do cardápio. E isso porque? Porque se vc vender gato por lebre eles acham que compram lebre. Ou melhor, adoram ter dinheiro suficiente para pagar por um gato uma lebre. Gente extremamente fútil e superficial. Vide o caso da aparência que eu escrevi dias atrás. De gente boa aqui eu estou encontrando pouca. Brasília está se tornando um imenso clichê repleto de petits bourgeois. Gente burra q liga demais para a aparência e fica sendo roubada, dia após dia. Gente estúpida que acha feio reclamar mesmo quando está certa. Gente que só é gente quando está no trabalho ou num ambiente bacana de gente bem vestida. Gente que faz a empregada comer na cozinha. Gente estúpida que paga mais de 1000 reais pro filhinho estudar num colégio que nem aparece no ranking dos melhores do país. Gente abestada que se acha abastada por ter um apartamento carézimo numa área de preservação ambiental, em cima de uma manacial de água que certamente fará falta aqui, no cerrado-deseto do Planalto, cuja vista é a janela do vizinho da frente.

Eu realmente não tenho mais como defender Brasília porque a cidade são as pessoas.