terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Em suspenso

Nunca pensei que esse "entre estado", "entre países" fosse tão ruim. Mudar é ruim, mas ficar sem lugar é pior. Eu tinha uma casa, minha vida, minhas manias... Eu podia decidir onde colocar as coisas, como arrumar, como e quando limpar. Tinha uma pessoa maravilhosa comigo que me ouvia e me respeitava, até mesmo aquela neura boba de dobrar a toalha de um certo modo pra guardar.

Ficar de visita na casa dos outros é uma delícia (dependendo de quem nos hospeda), mas ficar de favor é um pouco diferente. Por mais que a pessoa seja um doce é sempre uma situação desconfortável, no mínimo estranha. Digo isso principalmente pq eu já tive uma casa só pra mim.

Voltar pra casa dos pais é sempre estranho. Infelizmente pra mim essa é a segunda vez. Os nossos pais sempre nos tratam como sempre trataram: como crianças (pq pra eles, criança é sinônimo de filho). Vc muda, mas eles acham que não, que vc vai ser sempre aquela pessoa que tinha medo da máquina de lavar quando tinha 2 anos de idade e que isso define pra sempre a pessoa que vc é. Acho que do ponto de vista filosófico, os pais serão sempre deterministas.

Não adianta tentar impor respeito, sempre volta o argumento do "você sempre foi assim, igual á sua avó, ao seu pai, ao seu tio chato...". E por assim vai. Na melhor das hipóteses, "eu vivi mais do que você, tenho mais experiência e portanto o que eu falo é lei!". Bom, carros velhos são mais rodados e nem por isso melhores. Hoje em dia já sabemos coisas que não sabíamos antes, como a terra é redonda, não estamos apoiados em cima de uma tartaruga gigante e manteiga faz um mal da porra, mas é uma delícia!

Mas fazer o que? Conflito de gerações é algo que dura a gerações. Ruim mesmo é quando sua irmã mais nova é de outra geração e nessa, numa mesma casa temos 3 gerações diferentes e eu nem estou na minha casa. Acho que voi gostar mais do choque cultural, ele parece render mais histórias engraçadas.