segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Os intolerantes se cercam de mentiras

Chega a ser angustiante a intolerância. Não aceitar e aceitar a mentira. Não controlamos nem um décimo dos nossos impulsos. Como podemos então esperar que outros se sujeitem a nossa vontade? Estupidez?

A intolerância é cega. Viver cercado de intolerância é um denso e escuro poço. Mesmo quando não intolerante a intolerância é do tipo que contamina os felizes. A intolerância aprisiona o amor, a tranquilidade e a paz. É impossível ser pleno na presença de um intolerante. Sobretudo quando se é uma alma com necessidade de expandir-se, expressar-se. A angústia cresce, a ansiedade se espalha e ao ver a cegueira enorme do intolerante tem-se muitas vezes a certeza de que uma barreira intransponível existe entre dois seres.

O intolerante nunca o enxergará. Ele somente vê seu próprio reflexo mais ou menos nítido em você. Quanto mais distante da sua imagem mais imperfeito aos seus olhos o outro se torna. Não adianta gritar. Ele gritará mais alto pois a intolerância amplia a voz tal um megafone transbordante de falsas verdades nervosas de tanto mentirem a mesma verdade. A voz da intolerância é muito mais forte que qualquer razão.

Como poderia o intolerante escutar o eco fraco e rouco daquele que inutilmente tenta alertá-lo? Nem a morte cura tal doença. Pior que um câncer ela contamina todos os órgãos do corpo começando pelo cérebro depois olhos e coração. Nem a apática resignação alheia é capaz de alertá-lo e nem para seus mortos o intolerante reserva a paz própria do findar. O intolerante é um enorme buraco negro do qual não se pode escapar. Mesmo fugindo sabe-se que ele se espandirá até alcançá-lo não importa onde pois seu ser é conhecido. Escarpar-se dele seria possível se o ignorasse, mas como não saber o intolerante sem sê-lo?