Estou aqui há pouco mais de uma semana. Sol e calor me recepcionaram na chegada. Tudo lindo e maravilhoso, excetuando-se a marvada da fila na entrada. Era um tal de procura esteira, espera mala, carrega mala, entra na fila e... espera, espera, espera.
Isso não é de todo mal, afinal, todos temos que passar por isso. Os estrangeiros, ironicamente, talvez pelo número reduzido, não tiveram qualquer problema. Já nós, brasileiros... Somos vítimas de nossa própria capacidade de organização. Acho que para fugir de críticas internacionais, que seriam ouvidas, deixamos todo nosso potencial a serviço dos compatriotas, afinal, é de conhecimento geral, que nenhuma instituição publica ou privada liga patavinas para o que nós pensamos. Adoro essa palavra, patavinas.
Mas essa irritação pode ser fruto de uma longa espera e uma longa viagem. Não exageremos então. A família estava a espera, emocionada. Mamãe não conteve as lágrimas. Um ano fora deu uma adocicada na nossa relação, eu também chorei um pouco. Afinal, tem coisa melhor que chorar de felicidade? As amigas lá também estavam.
Nossa brancura foi motivo de piada. Mas como estar brozeada vivendo em terras nevadas?
Enfim, depois de tudo chegamos. Ou quase. Não deu para alugar nada. Afinal de contas, onde vivem pessoas desempregadas, sem fiadores e recém chegadas? Com o excesso de provas que somos obrigados a fornecer provando nossa inocência financeira, eu e o Marcos não poderíamos fazer nada além de admitir que seríamos de ante-mão considerados culpados. Sublocamos um quarto no apartamento de um amigo. O que causou estranheza em todas as famílias, a minha e a do Marcos (e a do nosso colega de casa tbm). É mais aceitável viver de favor na casa do sogro, ou aceitar que alguém pague nosso aluguel. Eu não sei, acho que colocaram meu cérebro invertido dentro da cabeça, pois não consigo ver isso como algo normal...
Uma semana não foram suficientes para reunir todos os nossos cacarecos no mesmo lugar. Ainda estamos arrumando as coisas.
Três semanas e os cacarecos estão quase todos aqui. Aqueles da vida passada, nem todos recuperados, afinal, tínhamos um status quo que virou fumaça. Mas eu acho bom. Não sou mesmo uma pessoa parada. Reclamo das mudanças porque esse ano elas foram mesmo exageradas. Três só esse ano. Mas se 3 é um número cabalístico, começamos bem. Três mudanças, 3 pessoas num apartamento de 3 quartos. Espero que dê sorte. ;)
No mais vamos voltando. Nos acostumando ao trânsito, à bagunça, improvisação (como eu gosto dessa!), ao sol, ao calor, às chuvas tropicais!
E quem sabe, no mês que vem tem mais?