segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pessoas jecas fazem jequices!

Sim, meus caros leitores, eis aqui uma legítima representante desse grupo de pessoas, os jecas. Vc pode não ser um de nós, mas certamente sentiu o que sentimos quando fazemos uma jequice. No meu caso, por exemplo, sofro da jequice da afobação. Essa doença causa sérios danos morais e financeiros ao doente. Os principais sintomas de jequice da afobação são o medo de cometer uma jequice e ações motivadas pela ansiedade de demorar demais em fazer alguma coisa e perder algo. Entende?

Tudo bem, eu ilustro melhor. Nesse exato momento, eu estou em Estrasburgo, a cidade que escolhi para "dar um tapa" no meu francês. Mas antes de chegar aqui, tive relativamente pouco tempo para preparar minha viagem. Confesso que sou viajante inexperiente, desde preparar a mala até entender os mapas. Enfim, nesse espírito eu comecei a organizar a viagem. A primeira coisa que eu fiz foi me inscrever no curso. Não consegui um bom período pq só tenho um mês de férias do meu curso de sueco, então, teve que ser no auge do verão. Mas até que não saiu tão caro a hospedagem e o curso. Enfim, o pessoal do curso se encarregou de reservar a residência universitária para mim. Depois, fui atras do melhor meio para chegar até aqui. E não foi de trem. O preço da passagem de trem de Paris à Estraburgo foi quase o preço da passagem de avião de Copenhague até Paris.

Mas tudo bem, comprei a passagem de avião e na hora de comprar o trem... faltando duas semanas para eu viajar para Londres, quem diz que o cartão passou? Não sei não, mas algo me diz que mesmo o cartão sendo "internacional" o fato dele não ser europeu pode ter contribuído para a recusa. Mas enfim, o de crédito brasileiro não passou e eu fui para Londres pensando em alguém que pudesse comprar essa passagem para mim. Durante a minha estadia, nem pensei no assunto, mas quando voltei, os problemas caíram como uma bomba sob nossas cabeças. O Marcos decidiu visitar o museu de história natural de Paris e se juntar a minha empreitada strasbourgeoise durante o 14 de julho. Fomos resolver o trem então. Não é que o cartão de débito sueco passou? Mas a passagem já estava os olhos da cara. Compramos a minha primeiro pq caso a grana não desse, o Marcos ficaria só em Paris.

Jequice nº1: com medo dos preços triplicarem de um dia para o outro eu comprei a passagem sem conferir as datas, conclusão, tive que gastar 16 euros a mais só para trocar as datas, isso pq eu dei sorte, pq a passagem de ida que eu comprei, era a única que eu podia trocar e a que eu errei a data.

Jequice nº2: eu falei q o povo do curso reservou um lugar para mim, não falei? Pois bem, a única coisa que eu deveria fazer era confirmar por e-mail o dia e a hora da minha chegada, com pelo menos uma semana de antecedência. Adivinha o que eu esqueci de fazer? Confirmar. Conclusão, fiquei umas quatro horas andando na chuva procurando uma solução para o meu problema. E para melhorar, a bateria do celular e do computados estavam por um fio. Chorei de raiva de mim mesma até achar um MacDonnalds e pular de alegria, afinal, eles tem banheiro e internet de graça. Pena que a tomada deles não funciona para carregar o computador dos espertinhos. Acabei gastando 45 euros para dormir num hotel (que felizmente tinha ducha) e pegando uma dor de garganta em consequência da minha jequice.

Consequências das jequices, além do preju financeiro de 71 euros, no total, eu ainda sofri na pele a experiência daqueles que saem de onde vivem sem ter para onde ir e levam a vida e as lembranças numa mala. Me senti uma nômade que por toda parte ficava acompanhada da mala, inclusive hoje de manhã, dentro da sala de aula, estavamos eu e minha mala. Eu espero conseguir terminar essa estada sem mais nenhuma jequice, pois até agora estou cansada da jequice de ontem.

Não se preocupem, eu consegui contactar o pessoal do curso e já estou confortavelmente instalada no Foyer d'Ill.