sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Da decepção

Quem acompanha, ou tenta, acompanhar esse blog, tá cansado de saber que eu venho tentando entrar no Doutorado na UnB numa área que não é a minha - Sociologia.

Pois do processo para lá de moroso, a primeira etapa, prova de Teoria Sociológica, eu precisava de nota mínima 7 para, depois, ficando entre os 24 primeiros, ter meu projeto corrigido. Eis que faço a prova, que cobrou, dos 5 autores, apenas 4 sendo que um deles foi o que eu menos tive condição de estudar. Minha nota? 6,1.

Cabe recurso, mas apesar de ter entrado, não me animei muito, pois tenho acesso a minha prova, mas não posso ver as correções. Foi me defender sem saber do que estava sendo acusada, à la Kafka. Mesmo ainda não tendo acabado de vez o processo, estou extremamente decepcionada. Dos 3 meses que passei me dedicando exclusivamente ao assunto, com dores nas costas de estudar e etc, parece tudo em vão.

Dizem que eu aprendi muito nesse ínterim, mas queria eu não ter lido o que li. Agora sei que não tenho capital econômico nem cultural para estar onde quero estar (maldito Bourdieu!). Parece que o lugar que deveria inverter esse determinismo colabora cada vez mais para ele. Sei que não posso culpar apenas o sistema. Se eu tivesse desistido de trabalhar antes, talvez pedido dinheiro emprestado para tentar outras universidades, talvez eu pudesse ter conseguido.

Talvez eu não seja afeita para a coisa, talvez eu tenha tentando na hora errada, no lugar errado. Mas quanto espaço temos hoje para errar?

Mas infelizmente as contas continuam no lugar de sempre e "o preço do feijão não cabe no poema".