segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mudar é difícil, mas é preciso

Depois de quase um mês em Londrina, arranjo pela primeira vez um tempinho para blogar. A saudade é imensa, inclusive dos espaços virtuais aos quais me habituei. Mas as miudezas do cotidiano nos consomem e quando paramos para pensar, quase nada era realmente necessário. Infelizmente, refletir sobre isso não é produtivo ou permitido. Vamos em frente.

Durante todo o processo eu achei que estava indo devagar, mas um mês aqui já temos quase tudo o que precisamos, temos médico para o bebê, fogão, geladeira e máquina de lavar. Cama e bom, só. O dinheiro acabou, agora só quando o pagamento cair. O mais difícil são os detalhes. Muitos. Tantos que nem nos damos conta do quanto gastamos e do que precisamos. Talheres, copos, pratos, panos... Isso sem contar os mantimentos. Temos que comprar tudo novamente, desde o sal até os temperos. Nada é de graça.

Realmente não é fácil. E as perguntas parecem não entender a odisseia que é montar uma vida. Não estamos começando, estamos continuando, mas tivemos que resetar o sistema. Ainda me cobro por não ter o mesmo pique que tinha antes de engravidar. Aos poucos estou entendendo o que a amiga Pati disse: Nada vai ser como antes.

O apoio vem de onde não esperávamos. Chegam cartinhas lindas de amigas de luta para as quais nem expus meus anseios, mas que tiveram sensibilidade e empatia para dizer com eficácia "sim, você vai conseguir e sim, estamos aqui". Eu também estou aqui.

Impressões ainda estão bem turvas. A cidade parece legal. Tem falafel e chorinho no bairro. Mas ainda é cedo para dizer o achei, como vai ser a vida aqui. Mais uma vez acho bom não me precipitar. Já ouvi dizer que a gente gosta de onde vive bem. Tudo indica que viverei bem aqui. Assim espero. E quem sabe daqui a pouco não me inteiro sobre os modos e costumes do londrinense a ponto de adicionar outra sessão ao blog, crônicas londrinenses.

De Brasília saudades também. Da beleza, das histórias, da vivências, dos amigos, da família, do clima.