terça-feira, 9 de novembro de 2010

28 primaveras! e daí?

Anteontem me perguntei porque detestava os meus aniversários. Teoricamente é quando o inferno astral acaba. Eu deveria gostar dele. Mas não é isso que acontece. Tem os traumas de infância, mas bom, eu não fico mais infeliz se no lugar de uma Barbie noiva eu ganhar a boneca da Xuxa, aquela acusada de vários assassinatos na nossa infância. Na verdade, eu não podia reclamar dos presentes.

Dentro das posses dos meus pais, eles faziam o possível para me agradar. Eu ganhava até presente extra por ser a melhor aluna da turma. Porque então eu não gostava dos meus aniversários? Acho que não gosto de ser o centro das atenções. Ainda por cima por um motivo bobo desses. Eu não escolhi o dia do meu nascimento, porque comemorar? Acho meio louco isso. A outra razão é pior ainda, comemorar por estar ficando mais velha?! Hein??? Não tenho medo da idade, mas a cada ano que passa tem ficado mais difícil dar pulinhos de alegria. Sabe como é, dor nas costas, varizes, LER...

Mas sei lá, todo mundo fica tão feliz em fazer aniversário que deve ter um bom motivo. Ganhar presentes? Acho que não. Não sei se já escrevi aqui, mas pra mim ganhar um presente é um trauma, quase igual ao do Sheldon, do Big Bang Theory. Além de me sentir obrigada a presentear as pessoas que me presenteam, eu tenho problemas com o que ganho. Não que eu não goste das coisas, mas é que sempre tem um problema. Se é roupa, não me cabe. Se é sapato, não me serve. Livro que é o que eu mais gosto de ganhar, pouca gente se arrisca em me dar. Adoro vale presente de livraria, mas acabo só ganhando trivialidades. Eu gosto delas, mas gostaria o mesmo tanto da companhia do presenteador numa boa conversa.

Mas se deixarmos tudo isso de lado, ganhar presentes não é realmente o problema. De fato, eu até gosto de ser lembrada. O que há de errado então? Eu realmente não sei. Ainda acho fazer aniversário estranho. Vai ver que passar por essa experiência uma vez por ano durante 28 anos não foi suficiente para me acostumar com ela. Vai ver que no fundo sou um bicho do mato escondido numa pele de intelectual.