segunda-feira, 31 de maio de 2010

Senso prático

Uma das vantagens de se ter um relacionamento estável é uma melhora no seu senso prático. Quando se é solteira muitas vezes nos vemos às voltas com conjecturas e dúvidas atrozes: "será que ele tá mesmo interessado ou só me enrolando?", "será que eu ligo ou melhor não?". Eu também devo o recente crescimento do meu senso prático ao fato de ter um emprego que exige muita responsabilidade de mim e também de não morar mais com a mamãe.

Eu entendo bem as dúvidas que acometem minhas amigas, mas não sofro mais com a maioria delas e muitas vezes me pego dando conselhos tão óbvios que passo por burra. O questão é que muitas vezes os dilemas são tão simples que a solução é mesmo óbvia. Uma das coisas que a maioria das minhas amigas reclama é o relacionamento com as mães. Mulheres em geral tem problemas com as próprias mães e eu já falei muito sobre isso aqui e não vou aprofundar muito. Mas uma coisa que acho que foi meu pai ou meu irmão que me disse "O que você acha mais fácil: mudar o seu jeito de lidar com a mamãe para evitar conflitos ou fazer ela te tratar do jeito que você quer para evitar conflitos?". Lógico que é mais fácil você encontrar uma alternativa para apaziguar as coisas. A sua mãe vai querer mandar em você e não vai querer enxergar vc como uma pessoa adulta e madura. Vc vai ser sempre a filha dela. É uma questão de orgulho e hierarquia. Eu ouço sempre reclamações das minhas amigas nesse ponto e não sou um exemplo de boa convivência com a minha mãe, mas a questão é, se vc tem um emprego, é maior de idade, formada porque vai ficar aguentando os abusos, insunuações e intromissões da sua mãe quando pode sair de casa? Chega a ser patético ficar dando murro em ponta de faca e querendo que sua mãe deixe vc dormir fora ou pare de colocar horário para vc chegar em casa. Existem mães que entendem uma argumentação, mas chega um momento que fazer vc seguir as regras da casa é a única forma de exercer um controle sobre vc e se sentir "mãe". Então ou vc obedece ou carca fora.

Esse costuma ser o tipo de conselho que eu dou. Eu sei que tem toda uma problemática envolvida, chantagem emocional e blá, blá, blá. Mas as vezes temos que analizar a questão friamente. Outra coisa que eu não entendo bem desde que sou solteira é esse lance de querer namorar, mas ficar com caras que abertamente não querem e depois que a menina se apaixona fica falando mal do cara porque ele não quer nada com ela. Se vc tá afim do cara e ele não está afim de vc, carca fora. Se quer vai, se não quer fica. Se quer tentar conquistar o cara blz, mas tenha em mente que a possibilidade de dar errado é grande. E pronto. É tudo muito prático. Quando não se trata da gente, é claro. Eu não sou tão prática quando se trata da minha vida familiar. Já entendi muita coisa depois que saí de casa, mas entro muito em conflito quando coloco a realidade da minha família com o modelo tradicional de propaganda de margarina. Mas do resto eu estou adquirindo um belo senso prático.